Game Gear renasce com tela HD, USB-C e áudio estéreo em mod espetacular feito por fãs

A Macho Nacho Productions, canal especializado em mods de consoles retrô, acaba de criar uma das versões mais impressionantes já vistas do SEGA Game Gear. O projeto envolve uma reconstrução quase total do portátil lançado nos anos 90, adicionando recursos atuais sem perder o charme original.

Um clássico da SEGA, revivido com tecnologia de ponta

O Game Gear sempre teve um lugar especial no coração de quem cresceu nos anos 1990. Mesmo com suas falhas técnicas e o apetite voraz por pilhas, o portátil da SEGA impressionava com sua tela colorida retroiluminada e catálogo vibrante. Agora, mais de três décadas depois, essa lenda dos games ganha uma segunda vida — e com upgrades de respeito.

A reimaginação veio pelas mãos de Tito Perez, do canal Macho Nacho Productions, com apoio do coletivo europeu SYF. O projeto combina engenharia reversa, peças modernas e acabamento artesanal para criar um Game Gear como você nunca viu.

Placa-mãe nova, alma retrô intacta

O coração da modificação está em uma nova placa-mãe desenvolvida pela SYF. Ela replica a estrutura original, mas substitui os antigos e problemáticos capacitores eletrolíticos por componentes modernos, mais duráveis e estáveis.

Para manter a autenticidade, o modder retira da placa original do Game Gear os chips essenciais — como o processador (ASIC), o leitor de cartuchos e a porta de link — usando ferramentas específicas como estação de retrabalho e hot plate a 290 °C. Esses componentes são então soldados na nova placa.

Um detalhe interessante é o pequeno interruptor embutido para alternar entre regiões americana e japonesa, recurso útil para quem joga títulos importados.

Tela HD transforma a experiência visual

A tela original do Game Gear foi inovadora para a época, mas hoje deixa a desejar. A solução? O kit GGHD da BennVenn, vendido pela High Score Tech Supply.

Essa tela de alta definição se conecta facilmente à placa SYF via cabo flat personalizado, dispensando solda. A interface traz um menu embutido com ajustes de centralização, efeitos de scanlines e modos de escala — incluindo um modo “pixel perfect” para os puristas e outro que preenche toda a área visível do console.

Mais do que isso: o kit oferece um módulo HDMI opcional que transforma o Game Gear em um híbrido portátil-de-mesa, como um mini Switch retrô.

Som estéreo e suporte a áudio FM

O áudio também passou por um salto tecnológico. Em vez do alto-falante mono original, o mod inclui dois speakers com canal duplo, controlados por uma placa de som personalizada da SYF.

Embora o sinal original seja mono, ele é dividido entre os dois alto-falantes para gerar uma sensação espacial muito mais imersiva.

E para quem curte Master System: o mod opcional SYF GG FM adiciona suporte a som FM — via chip Yamaha autêntico — em jogos compatíveis, como Phantasy Star, quando usados em flashcarts como o CricDrive X7. DIP switches controlam a ativação e permitem mesclar áudio PSG e FM, recurso valorizado por colecionadores.

USB-C, bateria de lítio e fim das pilhas AA

Outro ponto essencial foi a substituição do sistema de alimentação. O Game Gear original usava seis pilhas AA — sinônimo de frustração.

Agora, a versão modernizada conta com duas baterias de íon-lítio de 2.000 mAh, recarregadas via USB-C. LEDs indicam o status da carga: amarelo durante o carregamento, verde quando completo.

E o melhor: ainda há espaço físico para baterias maiores, caso o jogador queira estender ainda mais a autonomia.

Carcaça personalizada com estilo futurista

A parte estética do projeto também recebeu atenção especial. A nova carcaça, fornecida pela Retro Gear Customs, mistura referências de design industrial com o universo dos games.

Ela é inspirada em um console fictício da Teenage Engineering, com acabamento fosco cinza, botões laranja e inscrições em japonês. Além de comportar os alto-falantes duplos e o HDMI, a estrutura exige pequenos ajustes manuais com ferramentas como alicates de corte e limas.

O processo de montagem envolve roteamento preciso dos fios, instalação dos botões e posicionamento perfeito da placa-mãe — um trabalho minucioso que exige paciência, mas entrega um resultado digno de prateleira de colecionador.

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