A aposta maluca da HP nos anos 90: um notebook com micro mouse embutido e preço caríssimo

A aposta maluca da HP nos anos 90: um notebook com micro mouse embutido e preço caríssimo

Na década de 90, a HP apostou alto para criar um notebook voltado para executivos em movimento. O OmniBook 800CT prometia inovação com recursos como um “micro mouse” embutido e tela LCD avançada. Mas entre o design excêntrico, o preço astronômico e a pouca praticidade, o modelo afundou — e nunca mais foi replicado.

Um notebook com ideias à frente do tempo — mas que não funcionaram

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No meio da corrida por inovação dos anos 90, a HP lançou, em 1997, o OmniBook 800CT acreditando que tinha em mãos uma solução revolucionária para profissionais que viviam se deslocando. E, de fato, o conceito era ousado para a época: o modelo trazia uma tela LCD de alta qualidade, processador Intel Pentium e um sistema de apontamento bastante incomum — um mouse minúsculo embutido na lateral do notebook.

Ao pressionar um botão com formato de rato, o acessório era ejetado como uma pequena gaveta.

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A intenção era permitir que usuários controlassem o cursor com mais precisão do que os trackpoints da época. Na prática, porém, o tal “micro mouse” era desconfortável, frágil e pouco funcional. Mesmo com uma alternativa de controle embutida, a proposta não se sustentou.

Segundo o manual da época, o processo era o seguinte:

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  1. Pressionava-se um botão redondo no canto superior direito do teclado.

  2. O mouse saltava parcialmente, e o usuário precisava puxá-lo até uma extensão de cerca de 8 cm.

  3. A ponta do acessório se erguia para formar uma leve curvatura, proporcionando uma pegada mais confortável (ao menos na teoria).

Apesar do braço físico limitar o deslocamento real do periférico, o ponteiro na tela seguia normalmente — bastava aplicar pressão em uma direção para continuar movendo o cursor, mesmo sem mover fisicamente o mouse além de sua alavanca.

Para completar o uso, o usuário precisava calibrar manualmente o mouse toda vez que ligava o notebook, empurrando-o até os limites verticais e horizontais da tela. E ao terminar, havia um ritual de “encapsulamento”, com colapso da alavanca e encaixe preciso até o clique final na carcaça.

Para quem esse notebook foi feito?

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O público-alvo era claro: executivos que viviam em aeroportos e salas de reunião, em busca de mobilidade e eficiência. Mas, mesmo para esse nicho, o OmniBook 800CT parecia mais um experimento do que uma solução prática.

O conceito de unir portabilidade extrema com recursos incomuns acabou sendo atropelado pelo avanço dos touchpads e pela padronização de design nos notebooks. Com o tempo, a indústria entendeu que simplificar a experiência — e não complicá-la com acessórios embutidos — era o caminho mais eficiente.

Caríssimo em qualquer época

Na época de seu lançamento, o HP OmniBook 800CT chegava ao mercado por cerca de US$ 4.750. Já era um valor considerável nos anos 90 — mas ajustado para a inflação de 2025, essa quantia salta para aproximadamente US$ 11.650.

Na prática, o OmniBook 800CT não entregava nada que justificasse esse valor estratosférico. Ele virou um exemplo clássico de como inovação mal calibrada, somada a decisões de design excêntricas, podem transformar um produto promissor em um fracasso comercial retumbante.

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