Trump quer banir IA “woke” de contratos federais e lança nova ofensiva na guerra política dos algoritmos

Trump quer banir IA “woke” de contratos federais e lança nova ofensiva na guerra política dos algoritmos

A Casa Branca de Donald Trump prepara uma nova ordem executiva que pode chacoalhar o setor de inteligência artificial nos Estados Unidos. Segundo fontes do Wall Street Journal, empresas de IA que quiserem fechar contratos com o governo terão que demonstrar que seus sistemas não promovem “viés ideológico”. Na prática, é um ataque direto ao que o ex-presidente chama de “IA woke” — ou seja, modelos acusados de expressar valores progressistas.

Uma batalha ideológica travada nos servidores

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A medida, prevista para esta semana, busca impedir que sistemas de IA contratados pelo Estado apresentem o que a administração Trump considera “tendenciosidade liberal”((nos EUA, o termo “liberal” costuma se referir à esquerda progressista, o que difere do uso comum no Brasil).

A expressão “woke”, usada originalmente em contextos de justiça social, foi apropriada por setores conservadores para criticar discursos que consideram excessivamente politizados. Agora, ela vira centro de um embate inédito envolvendo algoritmos, política e contratos públicos bilionários.

De acordo com o WSJ, o governo quer obrigar empresas que recebem verbas federais a garantir que seus modelos sejam “politicamente neutros”. Isso inclui gigantes como OpenAI, Google, Anthropic e xAI — todas recentemente contratadas pelo Departamento de Defesa dos EUA em acordos que podem chegar a US$ 200 milhões para o desenvolvimento de soluções avançadas de IA em contextos militares.

Pressão interna e disputa com a China como pano de fundo

Apesar do alinhamento da proposta com o discurso político de Trump, a ideia enfrenta resistência dentro do próprio governo. David Sacks, conselheiro de IA da Casa Branca, e Sriram Krishnan, responsável por diretrizes de IA, estariam tentando suavizar a medida. Mesmo assim, a ordem executiva deve ser anunciada junto a um pacote maior de ações voltadas a fortalecer a competitividade dos EUA frente à China na corrida global da IA.

A explosão no uso de IA nos últimos anos escancarou os riscos de viés algorítmico — tanto por questões ideológicas quanto por falhas estruturais. Casos recentes deram munição para todos os lados: o modelo Gemini, do Google, foi criticado por gerar imagens historicamente imprecisas, enquanto o Grok, da xAI, causou polêmica ao emitir respostas com tom simpático ao nazismo.

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