Steam aperta o cerco: novas regras removem jogos adultos e causam polêmica

Steam aperta o cerco: novas regras removem jogos adultos e causam polêmica

O Steam deu uma guinada significativa em sua política de conteúdo esta semana, ao implementar novas regras que podem resultar na remoção em massa de jogos adultos da plataforma. A mudança, que ocorre após anos de relativa abertura a conteúdos para maiores de idade, está diretamente ligada a pressões dos processadores de pagamento que trabalham com a Valve, dona do serviço.

Diferente de outras atualizações de termos de uso, esta alteração específica dá à Valve o poder de impedir a distribuição de qualquer jogo que “viole as regras e padrões estabelecidos pelos processadores de pagamentos do Steam, redes de cartões, bancos relacionados ou provedores de acesso à internet”. A redação extremamente ampla e vaga tem gerado apreensão entre desenvolvedores e usuários.

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Títulos como “Sex Adventures – Incest Family” e “Slave of the Police Officer” já foram removidos da plataforma, sinalizando o início do que pode se tornar uma onda de exclusões. O SteamDB, site que monitora atividades na plataforma, foi um dos primeiros a relatar as mudanças e remoções em suas redes sociais, alertando sobre o impacto potencial da nova política.

Steam has added a new rule disallowing games that violate the rules and standards set forth by payment processors and card networks, or internet network providers.At the same time, many incest themed games were removed from the store.

SteamDB (@steamdb.info) 2025-07-16T09:06:48+00:00

A era da “censura financeira” e seu impacto em conteúdos diversos

Essa prática não é inédita no mundo digital. Plataformas como OnlyFans e Patreon já enfrentaram situações semelhantes, quando foram forçadas a remover ou limitar certos tipos de conteúdo adulto devido a pressões de empresas de pagamento. No caso do Steam, a situação gera preocupações particulares sobre o futuro de jogos que, mesmo sem conteúdo explícito, abordam temas considerados controversos.

Em resposta às críticas, a Valve emitiu um comunicado à Eurogamer assumindo uma postura que muitos consideraram submissa. A empresa alegou que “a perda de meios de pagamento impediria os consumidores de serem capazes de comprar outros títulos e conteúdos no Steam”, justificando assim a necessidade de ceder às exigências dos processadores.

Nas redes sociais, especialmente no Reddit e BlueSky, a reação tem sido majoritariamente negativa. Um usuário do Reddit, identificado como Farvnir, criticou: “Uma provedora de pagamento não deveria ter o poder de ditar arbitrariamente como outras companhias administram seus negócios só porque elas têm um monopólio.”

Concerned about Payment Processors policing Steam
byu/TeaLycan inSteam

Desenvolvedores independentes manifestaram preocupações ainda mais graves. NoahFuel_Gaming, em publicação no BlueSky, descreveu a situação como uma “normalização silenciosa da censura financeira”, alertando que conteúdos LGBTQ+ serão desproporcionalmente afetados, mesmo quando não apresentam elementos explícitos.

“Conteúdo queer é marcado como ‘explícito’ mesmo quando é leve. Um desenvolvedor trans criando uma história pessoal? ‘Muito controverso’. Uma visual novel queer surreal? ‘Sexualizada’. É assim que o apagamento cultural acontece na era digital: não com um martelo de banimento, mas com um processador de pagamentos negador”, explicou o desenvolvedor.

Para a comunidade de jogadores e desenvolvedores, as novas regras levantam questionamentos sobre como serão avaliados jogos que abordam temas culturais locais ou que exploram questões sociais e políticas relevantes para o público nacional. A incerteza é agravada pela ausência de critérios claros sobre o que constitui violação das regras dos processadores de pagamento.

Embora os efeitos iniciais da política tenham sido limitados a alguns títulos específicos, especialistas do setor preveem que mais jogos serão removidos nas próximas semanas. Usuários que já adquiriram títulos afetados ainda poderão acessá-los em suas bibliotecas, mas novos compradores não terão mais essa opção, criando um precedente preocupante para o futuro da distribuição digital de jogos com temas adultos ou controversos.

Fonte: thegamer

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