
Queda de vendas obriga Apple a encerrar loja na China pela primeira vez
Queda de vendas obriga Apple a encerrar loja na China pela primeira vez
Em um movimento inédito que está chamando a atenção do mercado global de tecnologia, a Apple anunciou o fechamento de uma de suas lojas oficiais na China. É a primeira vez que a gigante de Cupertino encerra uma operação física no país asiático, sinalizando possíveis dificuldades em um de seus mercados mais importantes e levantando questões sobre o futuro do varejo tecnológico internacional.
A unidade localizada no Parkland Mall, na cidade de Dalian, encerrará suas atividades em 9 de agosto. A empresa justificou a decisão com base nas mudanças na dinâmica do shopping, destacando a saída de vários outros varejistas importantes do local nos últimos anos.
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Marcas de luxo como Coach, Sandro e Hugo Boss já haviam deixado o centro comercial anteriormente, criando um efeito dominó que acabou afetando a operação da Apple. O shopping passou a ser administrado exclusivamente por seu principal acionista, o que pode ter contribuído para as mudanças no perfil do empreendimento e no fluxo de consumidores.
Vale ressaltar que a Apple não está abandonando completamente a cidade de Dalian. A empresa mantém outra loja a apenas 10 minutos de distância da unidade que será fechada, e já confirmou que os funcionários serão realocados para outras operações, evitando demissões.

Sinais de desaceleração no mercado chinês
O fechamento ocorre em um momento delicado para a Apple no mercado chinês. No segundo trimestre fiscal, as vendas da empresa na região caíram 2,3%, totalizando US$ 16 bilhões – abaixo da expectativa dos analistas, que previam US$ 16,8 bilhões. Para uma empresa que tem na China aproximadamente 10% de sua rede global de mais de 530 lojas, esses números acendem um alerta.
A China vem enfrentando uma desaceleração econômica mais ampla, com pressões deflacionárias, queda no consumo doméstico e retração significativa no setor imobiliário. Para o mercado de eletrônicos premium, como os produtos Apple, esse cenário representa um desafio considerável, já que os consumidores tendem a adiar a compra de itens de alto valor em períodos de incerteza econômica.
Analistas do setor avaliam que o movimento da Apple pode ser o primeiro de uma série de ajustes que outras empresas de tecnologia também precisarão fazer em suas operações físicas na China. A competição com marcas locais, que oferecem produtos cada vez mais sofisticados a preços mais acessíveis, também vem pressionando a participação de mercado da empresa americana.
Para o consumidor brasileiro, o fechamento de lojas em mercados maduros como a China pode indicar uma tendência de reestruturação global do varejo de tecnologia, com possíveis reflexos nas estratégias de expansão de lojas físicas em mercados emergentes, incluindo o Brasil. As empresas podem passar a priorizar menos pontos de venda, mas com experiências mais completas.
Estratégia de expansão continua em outras frentes
Apesar do fechamento pontual em Dalian, a Apple não está abandonando sua estratégia de expansão física na China. A empresa já confirmou a abertura de uma nova loja no Uniwalk Qianhai, em Shenzhen, prevista para 16 de agosto. Além disso, novas unidades estão planejadas para Pequim e Xangai ao longo do próximo ano.
Desde janeiro, a Apple inaugurou lojas em diversos mercados internacionais, incluindo a província chinesa de Anhui, Osaka no Japão, Miami nos Estados Unidos, além de novos mercados como Malásia e Arábia Saudita. Essa expansão diversificada sugere que a empresa está reequilibrando sua presença global, possivelmente reduzindo a dependência do mercado chinês.
Além do fechamento na China, a Apple também confirmou o encerramento de uma loja no Reino Unido e avalia o possível fechamento de unidades em Michigan (EUA) e Sydney (Austrália). Essa reavaliação da presença física ocorre enquanto a empresa fortalece sua estratégia digital em mercados como Índia e Oriente Médio.
O reposicionamento da Apple em seus canais de venda reflete uma tendência mais ampla no varejo de tecnologia: a busca por um equilíbrio ideal entre presença física e digital, com decisões cada vez mais baseadas no retorno sobre investimento de cada unidade. Para o consumidor, isso pode significar menos lojas, mas com experiências mais completas e integradas ao ecossistema digital das marcas.
Fonte: Bloomberg
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