
Nova técnica forense promete rastrear armas feitas em impressoras 3D
Nova técnica forense promete rastrear armas feitas em impressoras 3D
Investigadores forenses estão desenvolvendo uma técnica capaz de identificar a impressora 3D responsável por fabricar armas de fogo caseiras. O método, que analisa padrões únicos deixados durante o processo de impressão, pode representar um avanço importante no combate às chamadas “ghost guns” — armamentos sem registro, impressos em casa, que já circulam há anos em diversos países.
A ideia surgiu de uma parceria entre o investigador Kirk Garrison, do Departamento do Xerife de San Bernardino, na Califórnia, e o pesquisador Steven Pavlovich, da University of Western Australia. Juntos, eles publicaram em 2023 um primeiro estudo sobre o tema. Uma nova publicação, ainda mais abrangente, deve ser divulgada em breve.
Impressoras deixam marcas invisíveis — mas rastreáveis
A técnica se apoia na análise de marcas microscópicas deixadas por partes mecânicas da impressora, como o bico extrusor e a base metálica aquecida, conhecida como heatbed. Cada uma dessas superfícies possui microimperfeições que acabam sendo transferidas para o objeto impresso — algo semelhante a uma “impressão digital”.
Em declaração ao 4040 Media, os pesquisadores dizem que há um algoritmo treinado para identificar essas marcas conseguiu apontar corretamente a impressora de origem em 75% dos testes realizados com o modelo Prusa MK4S. Essa taxa de acerto é considerada promissora, mas ainda está longe de viabilizar o uso da técnica em larga escala.
Potencial promissor, mas com limitações
Apesar dos avanços, os especialistas reconhecem que ainda há obstáculos. O método foi testado apenas com um tipo específico de impressora, e alterações simples no equipamento — como trocar o bico ou a base — podem comprometer a precisão da análise.
Além disso, como impressoras 3D estão amplamente disponíveis no mercado, a técnica só deve ser utilizada quando houver suspeitas concretas ou evidências complementares. “Essa abordagem pode se tornar uma ferramenta valiosa em investigações, mas está longe de ser a solução definitiva para o problema das armas impressas”, explica Garrison.
Armas fantasmas seguem como desafio global
Armas de fogo feitas em impressoras 3D têm se tornado uma preocupação crescente para autoridades ao redor do mundo. Produzidas com plástico e componentes simples, essas armas muitas vezes escapam dos sistemas de controle e dificultam o trabalho de investigação.
A criação de técnicas forenses capazes de rastrear a origem desses objetos representa um passo importante na tentativa de controlar esse tipo de crime. Mas, por enquanto, trata-se apenas de mais uma peça no complexo quebra-cabeça da segurança pública em tempos de fabricação digital descentralizada.
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