Internet móvel fica 21% mais cara e brasileiros reduzem consumo

Internet móvel fica 21% mais cara e brasileiros reduzem consumo

O preço da internet móvel no Brasil registrou um aumento de 21,47% no primeiro trimestre de 2025, segundo dados divulgados pela Anatel no começo da semana. Este significativo encarecimento já está impactando diretamente o comportamento dos usuários, que reduziram em 9,3% o consumo de dados móveis em comparação ao mesmo período do ano anterior.

O Panorama Econômico-Financeiro do setor de telecomunicações revela que o valor médio por gigabyte consumido saltou de R$ 5,05 no início de 2024 para R$ 6,13 nos três primeiros meses deste ano. Este é o maior aumento percentual registrado desde 2023, quando a Anatel começou a publicar o relatório no formato atual.

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A relação entre o aumento de preços e a queda no consumo de dados móveis sugere que muitos brasileiros estão reavaliando seus hábitos digitais. A diminuição no uso ocorre justamente num momento em que a conectividade móvel se torna cada vez mais essencial para trabalho, educação e entretenimento, provando assim o impacto econômico dessas alterações tarifárias no cotidiano da população.

O levantamento da Anatel também demonstra grandes diferenças regionais nos preços praticados. O Rio Grande do Sul aparece com o custo mais elevado do país, chegando a R$ 8,41 por gigabyte. Em contraste, a Paraíba registra o valor mais acessível, com média de R$ 4,35 por GB – praticamente metade do preço cobrado no estado sulista.

Desigualdades regionais marcam cenário da conectividade no Brasil

internet móvel

Além do Rio Grande do Sul, outros estados das regiões Sul e Sudeste dominam o ranking dos preços mais altos. O Espírito Santo aparece em segundo lugar (R$ 6,76/GB), seguido por Minas Gerais (R$ 6,70/GB), Paraná (R$ 6,58/GB), São Paulo (R$ 6,51/GB) e Santa Catarina (R$ 6,50/GB). Este cenário revela uma concentração de tarifas mais elevadas justamente em regiões economicamente mais desenvolvidas do país.

No que diz respeito ao volume de dados consumidos, o Distrito Federal lidera com média de 8,43 GB por usuário. Na sequência aparecem Rio de Janeiro (6,90 GB), Amazonas (6,27 GB), São Paulo (6,20 GB), Paraná e Paraíba (ambos com 5,58 GB). Estes números sugerem que, mesmo com o aumento de preços, algumas regiões mantêm padrões de consumo mais elevados, possivelmente relacionados a fatores como renda média da população, oferta de serviços digitais e necessidades específicas de conectividade.

Para especialistas do setor, esta tendência de aumento nos preços da internet móvel pode representar um desafio para as metas de inclusão digital no Brasil. O encarecimento do acesso, combinado com a redução no consumo, pode ampliar as desigualdades existentes e dificultar o acesso a serviços essenciais que dependem da conectividade.

O relatório da Anatel também sugere que esta elevação nos preços pode estar relacionada a investimentos em infraestrutura, especialmente para expansão das redes 5G, além de pressões inflacionárias que afetam o setor de telecomunicações como um todo. Contudo, a agência não detalha os fatores específicos que levaram a este aumento considerável no primeiro trimestre do ano.

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