
Apenas um país tem iPhone mais caro que o Brasil; veja qual
Apenas um país tem iPhone mais caro que o Brasil; veja qual
O iPhone 16 Pro no Brasil não é apenas caro — é o segundo mais caro do mundo. Uma pesquisa do Deutsche Bank revelou que pagamos US$ 1.835 (R$ 9.735) pelo modelo de 128 GB, enquanto americanos desembolsam apenas US$ 1.100 (R$ 5.830) pelo mesmo aparelho. A diferença? Impressionantes R$ 3.700 a mais por aqui.
Por que o iPhone custa tanto no Brasil?
A matemática é cruel: enquanto um americano trabalha algumas semanas para comprar um iPhone, o brasileiro médio precisa de meses. Mas o que explica essa distorção vai além dos impostos que sempre culpamos.
Os impostos são apenas parte da história
Sim, a carga tributária pesa. Quando somamos impostos federais e estaduais, chegamos a cerca de 40% sobre produtos importados. Mas aqui está o ponto: a Apple produz iPhones no Brasil, porém apenas os modelos mais básicos. Os Pro e Pro Max — justamente os que todo mundo quer — continuam chegando de fora.
Ana Paula Tozzi, CEO da AGR Consultores, explica que nossa produção local ainda engatinha: “Apesar dos incentivos, a produção no Brasil ainda se concentra na montagem, não na fabricação completa de eletrônicos. Poucas empresas têm estrutura técnica para isso.”
A estratégia da Apple que machuca o bolso brasileiro
Aqui mora um segredo que poucos discutem: a Apple simplesmente não baixa preços no Brasil, mesmo quando deveria. Outras marcas como Samsung e Motorola ajustam valores conforme o câmbio melhora. A Apple? Mantém sua política de preços premium religiosamente.
Em 2025, por exemplo, o dólar está mais favorável, o que teoricamente deveria baratear produtos importados. Mas quem está esperando o iPhone ficar mais barato pode sentar e aguardar — historicamente, isso não acontece com a maçã.
O ranking mundial que envergonha o Brasil
O estudo do Deutsche Bank mapeou 41 países e os resultados são reveladores:
Os 5 países onde o iPhone 16 Pro custa mais:
- Turquia: US$ 2.182 (R$ 11.575)
- Brasil: US$ 1.835 (R$ 9.735)
- Egito: US$ 1.525 (R$ 8.083)
- Índia: US$ 1.398 (R$ 7.409)
- Noruega: US$ 1.372 (R$ 7.272)
Os países onde sai mais barato:
- Coreia do Sul, EUA, Japão, Austrália: ~US$ 1.100 (R$ 5.830)
- Taiwan, Malásia, Canadá, Emirados Árabes Unidos: preços similares
A conta é simples: pagamos quase o dobro do que um americano paga pelo mesmo produto. Mesmo considerando todos os fatores econômicos, a diferença permanece desproporcional.
O impacto real no seu bolso
Para dimensionar o problema: com a diferença de preço entre Brasil e EUA (R$ 3.700), você poderia comprar um iPhone SE novo ou um Android premium nacional. É dinheiro suficiente para uma viagem internacional ou três meses de aluguel em muitas cidades brasileiras.
Essa realidade transformou o iPhone em artigo de luxo genuíno no Brasil, acessível apenas para uma parcela mínima da população. Enquanto nos EUA representa algumas semanas de salário mínimo, aqui pode consumir meses de renda familiar.
A combinação entre política fiscal brasileira e estratégia comercial inflexível da Apple criou um cenário onde ter um iPhone virou símbolo de status mais do que ferramenta de trabalho. E aparentemente, é exatamente assim que a Apple gosta.
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