
Windows perdeu 400 milhões de usuários em 3 anos: o que aconteceu?
Windows perdeu 400 milhões de usuários em 3 anos: o que aconteceu?
O Windows está enfrentando um declínio significativo em sua base de usuários, com uma perda de aproximadamente 400 milhões de dispositivos ativos nos últimos três anos. Esta queda preocupante foi revelada após a análise de declarações oficiais da Microsoft, que em seu relatório anual de 2022 afirmava ter mais de 1,4 bilhão de dispositivos rodando Windows 10 ou 11, enquanto recentemente Yusuf Mehdi, vice-presidente executivo da empresa, mencionou que o sistema operacional está presente em “mais de 1 bilhão de dispositivos” globalmente.
A diferença entre os números oficiais da Microsoft levanta questões importantes sobre o futuro do sistema operacional que por décadas dominou o mercado de computadores pessoais. Os dados sugerem uma tendência de abandono que pode estar relacionada a múltiplos fatores, desde a ascensão dos dispositivos móveis até a crescente competição de plataformas alternativas.
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A Microsoft tem tentado reverter essa situação com campanhas agressivas para incentivar a migração para o Windows 11, especialmente com a aproximação do fim do suporte para o Windows 10, previsto para outubro de 2025. A estratégia visa não apenas manter os usuários no ecossistema Windows, mas também estimular a renovação do parque de máquinas, já que muitos computadores mais antigos não atendem aos requisitos do novo sistema.
Embora o macOS da Apple possa parecer um candidato natural para absorver esses usuários, os dados mostram que isso não está acontecendo em grande escala. Mesmo com o sucesso dos chips Apple Silicon, as vendas de Macs também registraram queda nos últimos anos, com a linha de computadores representando apenas 7,7% da receita da Apple atualmente, bem abaixo dos 85% que já representou no passado.
A mudança de comportamento do consumidor
A explicação mais provável para o êxodo de usuários do Windows está na transformação radical dos hábitos digitais da população. Smartphones e tablets evoluíram significativamente em termos de capacidade de processamento e versatilidade, tornando-se suficientes para as necessidades computacionais de grande parte dos consumidores. Para muitas pessoas, um computador tradicional tornou-se desnecessário quando a maioria das tarefas cotidianas pode ser realizada em dispositivos móveis.
Os mercados onde o Windows ainda mantém relevância consistente são principalmente o de jogos e o de profissionais especializados que dependem de softwares específicos disponíveis apenas para esta plataforma. Esta tendência já havia sido observada antes da pandemia, que causou um aumento temporário nas vendas de PCs devido ao trabalho e estudo remotos, mas que agora parece ter retornado ao curso anterior.
Para o consumidor que ainda precisa de um computador tradicional, as alternativas ao Windows cresceram em atratividade. Os MacBooks com chip M1/M2/M3 oferecem desempenho impressionante e autonomia de bateria superior na faixa de preço de R$ 8.000 a R$ 10.000. Por outro lado, os Chromebooks apresentam uma opção mais acessível e funcional para tarefas básicas, com a vantagem de já serem familiares para estudantes que os utilizam nas escolas.
Outro fator crucial nessa equação é a crescente popularidade dos aplicativos baseados na web e serviços em nuvem. O domínio histórico do Windows foi parcialmente sustentado pela dependência de softwares como o pacote Office, mas hoje alternativas gratuitas como o Google Docs atendem às necessidades básicas de produtividade da maioria dos usuários. A migração para serviços online reduziu drasticamente a importância do sistema operacional como fator decisivo na escolha de um dispositivo.
Para empresas, a aproximação do fim do suporte do Windows 10 provavelmente estimulará uma onda de atualizações corporativas, já que a segurança é uma preocupação primordial nesse ambiente. Contudo, para o usuário doméstico comum, a continuidade do funcionamento do PC mesmo sem atualizações oficiais pode ser vista como suficiente, o que explica a resistência à migração forçada para novos sistemas ou dispositivos.
Fonte: Tom’s Hardware
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