Sony revela por que não vê a Nintendo como concorrente direta do PlayStation
Sony revela por que não vê a Nintendo como concorrente direta do PlayStation
A rivalidade entre os gigantes dos games pode não ser tão direta quanto muitos pensam. Para a Sony, a Nintendo não ocupa o mesmo campo de batalha que o PlayStation na maioria dos mercados globais.
Quem revela isso é Shuhei Yoshida, uma das figuras mais influentes da história da divisão PlayStation. Mesmo após deixar o cargo de liderança nos estúdios da marca, Yoshida continua a ser uma fonte valiosa de bastidores da indústria.
Durante sua participação na gamescom Latam, o executivo explicou como a Sony enxerga o cenário competitivo — e surpreendeu ao afirmar que, em reuniões internas, a Nintendo sequer aparece nos relatórios como rival direta.
Estratégias distintas, públicos diferentes
“Quando fazemos análises de mercado, a Nintendo simplesmente não entra na equação”, afirmou Yoshida. Segundo ele, o motivo não é desconsiderar a gigante de Mario e Zelda, mas reconhecer que seu foco de público é totalmente diferente.
Enquanto a Nintendo foca em experiências acessíveis, familiares e com apelo universal, a Sony direciona esforços a jogos mais maduros, narrativas densas e gráficos de ponta. A segmentação, portanto, não é apenas de produto, mas também de estratégia comercial.
Japão é a exceção à regra
No entanto, Yoshida destaca uma exceção importante: o Japão. Por lá, o Switch domina a cena com folga, enquanto o Xbox praticamente inexiste. “A disputa é claramente entre Nintendo e Sony”, disse o ex-executivo.
Esse cenário regional cria uma dinâmica única no país, onde as duas empresas realmente disputam a atenção do mesmo público — diferente do que ocorre nos EUA, Europa ou Brasil, onde a Sony vê o Xbox como principal adversário.
A polêmica da Activision reforça a visão
Curiosamente, essa leitura estratégica já havia aparecido nos bastidores da indústria em 2022, durante a disputa entre Microsoft e Sony pela aquisição da Activision Blizzard.
Na época, a Microsoft usou o sucesso da Nintendo como argumento: mesmo sem franquias como Call of Duty, o Switch vendeu mais de 150 milhões de unidades. Para a Microsoft, isso mostrava que o PlayStation e o Xbox competem entre si, enquanto a Nintendo segue outro caminho.
A Sony, por sua vez, rebateu, alegando que a Nintendo entrega experiências voltadas à família — bem diferentes dos títulos PEGI 18 com foco em ação intensa, como Call of Duty. Agora, com as falas de Yoshida, a linha argumentativa se confirma.
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