
Prepare-se: você vai começar a ver anúncios também no WhatsApp. Isso quebra uma promessa feita há 13 anos
Após mais de uma década jurando manter o app livre de anúncios, o WhatsApp vai mudar. A Meta confirmou oficialmente que a publicidade chegará ao mensageiro — e com isso, uma das promessas mais antigas da empresa é deixada para trás.
Desde sua fundação, o WhatsApp se posicionava contra a lógica comercial que move grande parte da internet. Em 2012, os criadores do app escreveram que “publicidade não é apenas uma interrupção estética”, mas “uma afronta à inteligência” e “um mecanismo para explorar seus dados pessoais”. Agora, o cenário mudou.
Onde os anúncios vão aparecer no WhatsApp
A Meta informou que os testes iniciais vão acontecer em dois espaços específicos:
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Na aba de Status, que funciona como os “stories” do WhatsApp
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No diretório de Canais, onde o usuário encontra novos canais para seguir
Ou seja: por enquanto, nada de publicidade em conversas privadas, grupos ou dentro dos próprios canais. A promessa de manter mensagens e chamadas protegidas por criptografia de ponta a ponta continua de pé, segundo a empresa.
Como seus dados serão usados para personalizar os anúncios
Mesmo sem acessar suas conversas, o WhatsApp vai usar outras informações para personalizar os anúncios que você verá.
A segmentação será feita com base em:
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Os canais que você segue
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Seu país e idioma
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A forma como você interage com anúncios
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Dados de outras contas da Meta (como Facebook e Instagram), caso estejam vinculadas ao mesmo número ou perfil
A Meta reforça que números de telefone não serão compartilhados com anunciantes, mas admite que fará cruzamentos internos entre plataformas para otimizar a entrega de anúncios.
Em 2012, o WhatsApp disse que “publicidade era um insulto à inteligência”
O contraste com o passado é gritante. Em 2012, o WhatsApp publicou um texto afirmando que a publicidade digital era um modelo de negócio invasivo e pouco ético.
“Quando a publicidade está envolvida, você é o produto”, dizia o texto. “Os engenheiros passam o dia todo minerando dados para mostrar um banner levemente diferente na sua tela.”
Mais de uma década depois, o app pertence à Meta — e parece ter sido absorvido pela mesma lógica comercial que seus fundadores juravam combater.
O que esperar daqui pra frente?
Embora a Meta diga que os anúncios são restritos aos canais, é provável que esse seja apenas o primeiro passo de uma mudança bem maior. Se a adoção for positiva, é possível que novas áreas do app passem a exibir conteúdos patrocinados nos próximos anos.
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