
Por que a Apple segue investindo em filmes que fracassam nos cinemas? O CEO, Tim Cook, responde
Por que a Apple segue investindo em filmes que fracassam nos cinemas? O CEO, Tim Cook, responde
Enquanto grandes estúdios de Hollywood lutam para equilibrar contas com blockbusters cada vez mais caros, a Apple adota um jogo diferente. Mesmo com produções de peso como Napoleão, Assassinos da Lua e o aguardado F1 com Brad Pitt e Lewis Hamilton amargando prejuízos nos cinemas, a empresa segue firme nos investimentos.
Mas por que gastar centenas de milhões de dólares em filmes que não dão retorno direto? A resposta vem do próprio Tim Cook.
Em entrevista recente à Variety, o CEO da Apple foi direto: a estratégia da empresa com cinema não tem como foco o lucro de bilheteria. O objetivo real é fortalecer o ecossistema Apple e ampliar a relevância cultural da marca.
Cinema como ferramenta para impulsionar o Apple TV+
No centro da estratégia está o Apple TV+. Os filmes de alto orçamento funcionam como vitrines globais para o serviço de streaming.
Mesmo quando não se pagam nas salas de cinema, essas produções geram enorme repercussão e atraem novos assinantes. Foi o caso de Assassinos da Lua, que se tornou um dos títulos mais assistidos na plataforma após seu lançamento digital.
A lógica é simples: se um filme gera buzz suficiente, aumenta a curiosidade pelo Apple TV+ — e com isso vêm as assinaturas.
Construir prestígio e reforçar o posicionamento da marca
A Apple também busca associação com o que há de mais respeitado no cinema. Ao produzir obras de diretores como Martin Scorsese, Ridley Scott e Joseph Kosinski (de Top Gun: Maverick), a marca se posiciona como uma força cultural, além de tecnológica.
Esse movimento já rendeu frutos: em 2022, CODA levou o Oscar de Melhor Filme, consolidando a presença da Apple em um espaço tradicionalmente dominado pelos grandes estúdios.
Conteúdo exclusivo para o ecossistema Apple

Há ainda um aspecto estratégico menos visível, mas poderoso: os filmes ajudam a alimentar todo o ecossistema de produtos e serviços da Apple.
Um usuário que assina o Apple TV+ para assistir Napoleão, por exemplo, pode acabar comprando um iPhone, um iPad ou assinando outros serviços como Apple Music ou iCloud.
Cada produção de alto perfil serve como uma porta de entrada para o universo Apple.
Uma aposta que poucos podem bancar
Outro fator que permite à Apple manter essa abordagem é sua musculatura financeira. Com US$ 166 bilhões em caixa, a empresa pode absorver perdas no cinema que seriam fatais para concorrentes.
Para a gigante de Cupertino, cinema é uma jogada de longo prazo — não um negócio de resultados imediatos.
Ajustes à vista: menos salas, mais streaming
Apesar disso, a Apple já sinaliza ajustes na estratégia. Segundo a Variety, a empresa planeja reduzir o número de lançamentos nos cinemas, priorizando estreias diretamente no Apple TV+.
A ideia é minimizar riscos e focar em produções com orçamentos mais controlados, embora projetos grandiosos, como o filme F1, ainda estejam no radar.
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