NVIDIA acaba de investir na TerraPower, empresa nuclear de Bill Gates; entenda o motivo

NVIDIA acaba de investir na TerraPower, empresa nuclear de Bill Gates; entenda o motivo

A NVIDIA, conhecida por liderar a revolução da inteligência artificial com seus poderosos chips gráficos, está mirando além do silício. Em um movimento estratégico que pode redefinir os rumos da tecnologia global, a empresa anunciou um investimento na TerraPower, startup de energia nuclear fundada por ninguém menos que Bill Gates.

O objetivo é claro: garantir fontes estáveis e sustentáveis de energia para sustentar o avanço explosivo dos data centers de IA — estruturas que, sozinhas, já começam a rivalizar com o consumo energético de países inteiros.

A crise energética dos data centers de IA

Com a popularização da IA generativa, o mundo da tecnologia vive um dilema energético. Modelos cada vez maiores, como o ChatGPT, exigem poder computacional massivo — e isso se traduz diretamente em consumo de eletricidade. Estimativas conservadoras apontam que, até 2030, a inteligência artificial poderá abocanhar até 10% da energia elétrica global.

Para a Nvidia, cujos chips de IA estão no coração desses sistemas, o gargalo energético é uma ameaça real. A parceria com a TerraPower surge como uma resposta ambiciosa — e necessária.

TerraPower: a aposta nuclear de Bill Gates

natrium share

Criada em 2006, a TerraPower desenvolve reatores nucleares de quarta geração, batizados de Natrium. Essa tecnologia se diferencia por usar sódio líquido como refrigerante, permitindo maior segurança operacional, menor geração de resíduos e custos mais baixos em relação aos reatores tradicionais.

Nos bastidores do setor, a empresa já era vista como uma possível solução para a demanda crescente das big techs. Agora, com o aporte da Nvidia, o projeto ganha tração — e visibilidade.

Por que a Nvidia entrou no jogo da energia?

A resposta está na escala. Chips como o H100, base da atual geração de supercomputadores de IA, consomem centenas de watts por unidade. Em operações que envolvem milhares de placas em paralelo, os números se tornam colossais. Garantir um fornecimento estável, livre de variações climáticas e com baixo impacto de carbono virou prioridade — e poucas fontes atendem tão bem a esse perfil quanto a energia nuclear.

Mais do que um investimento, a movimentação da Nvidia sinaliza uma mudança de mentalidade: não basta desenvolver os chips do futuro. É preciso garantir que eles tenham energia para funcionar.

O papel do Brasil nesse novo cenário tecnológico

Embora o foco inicial da TerraPower esteja nos Estados Unidos, o impacto global da iniciativa pode abrir novas oportunidades — inclusive para o Brasil. Com dois reatores nucleares em operação em Angra dos Reis e planos de expansão, o país já flerta com a ideia de reatores modulares e pode se beneficiar de tecnologias como o Natrium para suprir a crescente demanda energética dos grandes data centers instalados por aqui.

Empresas como AWS, Microsoft e Oracle já operam infraestruturas robustas no território brasileiro. Caso o modelo da NVIDIA se mostre viável, o Brasil pode entrar no radar como polo para instalação de microrreatores voltados à computação em nuvem e IA.

Energia nuclear modular: a nova fronteira para a nuvem

Analistas apontam que o maior trunfo dessa parceria pode estar nos microrreatores modulares — unidades compactas de geração nuclear, capazes de operar ao lado dos próprios data centers. Isso reduz drasticamente as perdas de transmissão e cria uma espécie de “ecossistema computacional autossuficiente”, com geração e consumo no mesmo local.

Em um cenário onde latência, estabilidade e sustentabilidade são críticas, essa pode ser a peça que faltava para viabilizar o próximo salto da IA.

Embora a NVIDIA e a TerraPower não tenham divulgado os valores do acordo, fontes próximas ao setor sugerem que a startup está levantando uma nova rodada de investimento que pode ultrapassar US$ 1 bilhão.

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