Nos bastidores, CEOs revelam a verdade: a IA está substituindo os humanos
Nos bastidores, CEOs revelam a verdade: a IA está substituindo os humanos
A conversa sobre inteligência artificial como ferramenta de “aumento de produtividade” está mudando rapidamente nos bastidores corporativos. Enquanto publicamente os líderes falam em “aprimorar” o trabalho humano, documentos internos e comunicados aos investidores revelam uma realidade mais preocupante: CEOs de gigantes tecnológicas como Amazon, Duolingo e Shopify já planejam abertamente substituir funcionários por sistemas de IA nos próximos anos.
O que antes parecia uma ameaça distante agora tem cronograma definido. Em comunicados corporativos internos, esses executivos estão deixando claro que trabalhadores humanos serão cada vez mais considerados a “última opção” quando sistemas automatizados puderem executar suas funções. E isso está acontecendo muito mais rápido do que a maioria imagina.
Você também pode gostar dos artigos abaixo:
- A inteligência artificial pode estar tornando você menos inteligente, indica pesquisadora
- O que é AGI (Inteligência Artificial Geral)?
O CEO da Amazon, Andy Jassy, foi surpreendentemente direto em um comunicado recente à empresa. “Com a implementação de mais IA generativa e agentes, a forma como o trabalho é feito mudará. Precisaremos de menos pessoas fazendo alguns dos trabalhos realizados hoje“, afirmou. O mais alarmante é o prazo estabelecido: “próximos anos”, o que no jargão corporativo significa entre 2026 e 2028 – não em um futuro distante, mas praticamente amanhã.
O padrão se repete em outras empresas. Luis von Ahn, CEO do Duolingo, foi ainda mais explícito em um memorando compartilhado no LinkedIn: “A maioria das funções terá iniciativas específicas para mudar fundamentalmente a forma como trabalham… Novas contratações só serão autorizadas se uma equipe não conseguir automatizar mais o seu trabalho“. Em outras palavras: se a IA puder fazer o trabalho, esqueça contratar pessoas.
Tobi Lütke, CEO da Shopify, estabeleceu uma nova diretriz igualmente radical para suas equipes: antes de solicitar mais recursos humanos, os times precisam demonstrar por que não conseguem realizar suas tarefas usando inteligência artificial. A mensagem é clara: repense sua equipe como se agentes autônomos de IA já fizessem parte dela, e justifique a necessidade de qualquer ser humano adicional.
Esse movimento não é apenas teórico. Marc Benioff, CEO da Salesforce, revelou que a IA já realiza 50% do trabalho dentro de sua empresa – declaração que precedeu o anúncio de mais 1.000 cortes de empregos. Ainda mais impressionante é o caso da Klarna, importante empresa de tecnologia financeira, cujo CEO declarou que sistemas de IA já permitiram reduzir sua força de trabalho em impressionantes 40%.
Trabalhadores virtuais não são mais ficção
O que torna este momento particularmente crítico é o salto qualitativo nas capacidades da inteligência artificial. Sam Altman, CEO da OpenAI, explicou recentemente que os novos “modelos de raciocínio” representam um avanço decisivo. Estes sistemas não apenas encontram informações, mas “pensam” através de problemas complexos de múltiplas etapas. Segundo Altman, esses modelos já raciocinam em nível equivalente ao de um doutor, o que significa que podem executar tarefas analíticas de alto nível antes reservadas a profissionais altamente qualificados.
Fontes de três grandes laboratórios de IA revelaram, sob condição de anonimato, que estão treinando modelos poderosos para realizar tarefas reais em praticamente todas as profissões baseadas em conhecimento, incluindo bancos, análise financeira, seguros, direito e até jornalismo. O trabalho atual consiste em refinar esses sistemas até que produzam resultados profissionais com erro mínimo.
Os “próximos anos” mencionados por Jassy podem, na verdade, ser apenas dois anos – ou menos. E os números já comprovam essa tendência. Em 2024, 551 empresas de tecnologia demitiram quase 153 mil funcionários, segundo dados do Layoff.fyi. Apenas no primeiro semestre de 2025, 151 empresas tech já cortaram mais de 63 mil postos. Se o ritmo atual se mantiver pelo resto do ano, a média de demissões por empresa de tecnologia em 2025 saltará para 851, aproximadamente três vezes a média de 2024.
O mais desconcertante é que essas demissões em massa ocorrem durante um período de força econômica recorde. O Nasdaq está em máximas históricas, e oito das dez maiores empresas do mundo são do setor tecnológico. Empresas lucrativas e em crescimento estão cortando trabalhadores a um ritmo alarmante, e a implementação silenciosa de inteligência artificial parece ser a explicação mais lógica.
Para o mercado brasileiro, onde muitas dessas gigantes tecnológicas têm operações significativas, o alerta é claro. A transformação digital acelerada durante a pandemia abriu caminho para uma segunda onda de automação muito mais profunda, que já afeta profissionais qualificados que antes se consideravam protegidos da substituição tecnológica. Trabalhadores em áreas como atendimento ao cliente, marketing digital, análise de dados e desenvolvimento de software podem estar na linha de frente dessa mudança.
A mensagem entre linhas dos CEOs é inequívoca: a inteligência artificial não é apenas um assistente, mas um substituto. Enquanto os discursos públicos continuam enfatizando o aumento de produtividade e a colaboração homem-máquina, os memorandos internos e comunicados aos investidores contam uma história diferente. A história de um futuro onde muitas funções humanas simplesmente não serão mais necessárias.
Fonte: Gizmodo
Leave A Comment
You must be logged in to post a comment.