Intel anuncia nova onda de demissões na divisão de fábricas e pode cortar até 20% da equipe

Intel anuncia nova onda de demissões na divisão de fábricas e pode cortar até 20% da equipe

A Intel acaba de confirmar mais uma rodada de demissões em sua divisão de fundição — e os números assustam. Segundo fontes internas, entre 15% e 20% dos profissionais da Intel Foundry devem ser desligados a partir de julho. A medida representa um dos cortes mais agressivos dos últimos anos e atinge diretamente a divisão responsável pelas fábricas de chips da companhia, incluindo a unidade no estado do Oregon, considerada o coração produtivo da Intel nos EUA.

O comunicado foi feito por e-mail no último sábado (14), sem a oferta de planos voluntários ou aposentadoria antecipada. A decisão, assinada pelo vice-presidente de manufatura, Naga Chandrasekaran, foi justificada como um passo “necessário para enfrentar os desafios atuais do setor”.

Com mais de 108 mil funcionários globalmente, a Intel pode reduzir sua força de trabalho em milhares de postos, aprofundando a reestruturação iniciada no ano passado, quando cerca de 15 mil colaboradores já haviam sido dispensados.

Demissões fazem parte da estratégia da “Nova Intel” de Lip-Bu Tan

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Desde que assumiu o comando da empresa, Lip-Bu Tan — executivo com histórico agressivo no mercado de semicondutores — tem reforçado a necessidade de simplificar estruturas, cortar projetos periféricos e redirecionar recursos para áreas mais lucrativas.

As novas demissões não são aleatórias. A Intel afirmou que os cortes seguem critérios técnicos, como avaliação de desempenho, realinhamento de projetos e análise da aderência entre as habilidades dos profissionais e as posições mantidas.

Essa mudança vem acompanhada de uma série de movimentos estratégicos para levantar caixa e enxugar operações: em abril, a companhia vendeu a maior parte da Altera para a Silver Lake, em um acordo de US$ 4,46 bilhões. E segundo a Reuters, a próxima divisão na mira é a unidade de redes e edge computing, o Intel NEX.

Fábrica bilionária adiada

A crise é tão sensível que a Intel decidiu adiar para 2030 a inauguração da nova fábrica de chips em Ohio, um projeto de US$ 10 bilhões. O motivo? A empresa afirma que a demanda atual não justifica o investimento.

Embora os cortes estejam concentrados nos Estados Unidos, o impacto pode se espalhar globalmente.

Tentativa de recuperar a confiança após falhas técnicas

A onda de cortes acontece pouco depois de a empresa declarar ter resolvido os problemas de instabilidade nas 13ª e 14ª gerações dos processadores Raptor Lake — um escândalo que corroeu parte da confiança dos consumidores e levantou dúvidas sobre os controles de qualidade da companhia.

Agora, a missão da Intel é clara: enxugar, reorganizar e tentar recuperar o espaço perdido para rivais como AMD e TSMC, que seguem ganhando tração com designs mais competitivos e produção mais ágil.

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