“Fui forçado a sair”: ex-CEO da Intel quebra o silêncio e desmente aposentadoria

“Fui forçado a sair”: ex-CEO da Intel quebra o silêncio e desmente aposentadoria

Pouco tempo depois de deixar o comando da Intel, Pat Gelsinger resolveu falar — e o tom foi direto: “não me deram a oportunidade de concluir o trabalho”. A declaração, durante uma entrevista ao PC Watch,  joga nova luz sobre um dos momentos mais conturbados da história da fabricante de chips, marcada por cortes de 10 mil funcionários e pela pressão em torno das gerações problemáticas de processadores Core de 13ª e 14ª geração.

Na época, a saída de Gelsinger foi anunciada como uma aposentadoria. Agora, o ex-CEO desmente publicamente essa versão e diz que sua retirada foi, na verdade, forçada. Com a troca de comando, quem assumiu o posto foi Lip-Bu Tan, conhecido por sua atuação na Cadence e como investidor estratégico no Vale do Silício.

“A nova trindade da computação”: IA, computação clássica e quântica

Distante da rotina corporativa da Intel, Gelsinger está mais livre para compartilhar sua visão de futuro — e ela é ousada. Para ele, a computação nos próximos anos será dominada por uma “trindade”: computação tradicional, inteligência artificial e computação quântica.

Mas ele não fala em integração genérica: defende que cada uma dessas frentes serve a algoritmos distintos, com pontos fortes complementares. E é nesse entrelaçamento que está, segundo ele, o maior salto de eficiência para a próxima geração de sistemas.

GPUs estão com os dias contados?

Um ponto especialmente controverso em suas declarações é a crítica direta ao modelo atual de IA rodando em GPUs. Gelsinger afirma que é ineficiente usar o mesmo hardware para treinamento e inferência de IA — e que apostar em soluções separadas para cada etapa é o caminho mais eficaz.

Por isso, sua nova missão na Playground Global é clara: investir em startups que estão criando alternativas reais às placas gráficas tradicionais. “Chegou a hora de buscar uma nova arquitetura”, afirmou.

Chips superconductores e computadores quânticos: as apostas já começaram

Entre as empresas do portfólio da Playground Global, duas chamam atenção:

  • Snowcap Capture: desenvolve chips superconductores que operam a 30 GHz — dez vezes mais rápidos e até 25 vezes mais eficientes que os transistores atuais.

  • PsiQuantum: trabalha no lançamento de um computador quântico com 1 milhão de qubits, previsto para 2027.

O ex-CEO da Intel também deixou claro que não pretende mais atuar com projetos como as CPUs Panther Lake ou a litografia Intel 18A. Seu foco agora é estratégico: moldar o futuro da computação fora da zona de conforto do mercado atual.

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