
Empresa de recuperação de dados testa HD externo baratinho da Amazon e obtém resultados surpreendentes
Um HD externo vendido por apenas R$140 (US$ 28) na Amazon tem gerado dúvidas entre os consumidores sobre sua qualidade e desempenho. Contrariando expectativas, o modelo UnionSine de 500GB passou por testes realizados pela empresa especializada Secure Data Recovery e revelou resultados surpreendentes, especialmente considerando seu preço extremamente baixo.
Dispositivos de armazenamento com preços muito abaixo do mercado costumam esconder armadilhas, como capacidade real menor que a anunciada ou componentes falsificados. Este cenário tem se tornado comum em marketplaces online, onde consumidores frequentemente caem em golpes ao buscar economia.
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Kirill Rymko, diretor de operações laboratoriais da Secure Data Recovery, explicou que a decisão de testar o UnionSine veio justamente do questionamento sobre como um HD externo poderia custar tão pouco – aproximadamente $0,06 (cerca de R$0,30) por GB. “Tínhamos a sensação de que o drive poderia ser recondicionado, considerando esse preço. Além disso, fraudes de armazenamento são comuns, especialmente com vendedores na Amazon“, comentou Rymko.
A empresa já havia recebido anteriormente dispositivos de clientes que, após análise, revelaram-se falsos ou com componentes diferentes dos anunciados. Um esquema comum envolve a venda de pendrives pequenos instalados em gabinetes maiores, falsamente comercializados como SSDs ou HDs. Casos semelhantes já foram documentados, como cartões microSD de 64GB vendidos como SSDs portáteis de 16TB ou 30TB.
Contrariando as expectativas, o UnionSine de 500GB entregou resultados decentes. As velocidades de leitura e gravação mostraram-se adequadas para um disco de 5.400 RPM mais antigo, as métricas sintéticas correspondiam à descrição do produto, e a condição interna do drive estava satisfatória. A Secure Data Recovery admitiu ter ficado “surpresa com os resultados”, embora tenha observado que o desempenho real, medido pelo software Hard Disk Sentinel, ficou abaixo do anunciado – algo considerado típico para produtos desta categoria.
Ao abrir o gabinete do HD externo, os técnicos encontraram um Toshiba MQ01ABD050V fabricado em 2016. Considerando que poucas empresas ainda fabricam HDDs atualmente, a presença de um disco Toshiba não surpreendeu, mas o fato dele ter 9 anos de idade chamou atenção. Isso indica que o UnionSine provavelmente utiliza unidades descontinuadas ou excedentes de produção para conseguir oferecer preços tão competitivos.
Para consumidores brasileiros, esse tipo de produto levanta questões importantes. Embora funcione conforme prometido, um HD externo com quase uma década de idade traz riscos significativos quanto à durabilidade e confiabilidade para armazenamento de dados importantes. A relação custo-benefício pode parecer atraente inicialmente, mas o risco de falha prematura e consequente perda de dados deve ser considerado seriamente antes da compra.
Vale lembrar que no Brasil, onde os preços de hardware costumam ser mais elevados que nos EUA, ofertas extremamente baratas merecem atenção redobrada. Mesmo que o produto não seja tecnicamente fraudulento, componentes muito antigos ou recondicionados podem não oferecer a confiabilidade necessária para armazenamento seguro de dados pessoais importantes.
Fonte: Ars Technica
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