Arregou? Elon Musk apaga tuíte que ligava Trump a Jeffrey Epstein e tensão entre os dois esfria (ao menos por enquanto)

A relação entre Elon Musk e Donald Trump, que já foi de aparente cordialidade, se deteriorou rapidamente nos últimos dias — e o mundo assistiu a isso em tempo real. O episódio mais recente veio com um movimento inesperado: Musk apagou um dos seus ataques mais contundentes contra o presidente dos Estados Unidos.

No post excluído da rede social X, Musk escreveu:

“É hora de lançar a grande bomba: Donald Trump está nos arquivos de Epstein. Essa é a verdadeira razão pela qual não foram divulgados. Tenha um bom dia, DJT.”

A mensagem, publicada na quinta-feira (5), gerou forte repercussão ao sugerir que Trump teria ligação direta com Jeffrey Epstein, milionário acusado de tráfico sexual de menores e que morreu em 2019 em uma prisão de Nova York.

Uma amizade que virou rivalidade

O conflito atual é apenas o clímax de uma tensão que vinha se acumulando há meses. A ruptura pública começou quando Musk deixou abruptamente um conselho ligado ao governo Trump. À época, o bilionário alegou precisar focar mais em suas empresas. Nos bastidores, porém, o descontentamento com as diretrizes da administração republicana já era evidente.

O ponto de ebulição veio com o embate em torno de um polêmico projeto fiscal proposto pela Casa Branca. Musk criticou duramente a proposta, e Trump não hesitou em responder:

“Ele sabia exatamente do que se tratava essa lei. Não se importou até que surgiram problemas. Agora está tentando piorar a situação com mais confusão.”

Recalculando a rota?

Embora tenha removido o tuíte ligando Trump ao caso Epstein, Musk manteve no ar outros posts em tom de deboche sobre o assunto, além de interações irônicas com vídeos e comentários de usuários da plataforma.

Por outro lado, também sinalizou um gesto de distensão: em uma publicação de uma conta oficial da Casa Branca onde Trump lhe desejava “o bem”, Musk respondeu de forma breve — “O mesmo para você.”

Ainda assim, internautas atentos perceberam que outro post foi apagado: um em que Musk afirmava que, sem sua ajuda, Trump não teria vencido as eleições presidenciais que o levaram de volta ao poder.

Segundo o biografo de Elon Musk, Seth Abramson, o empresário teria se retraído ao perceber que aliados de Trump cogitam revisar sua documentação de cidadania. A hipótese de uma possível deportação passou a ser discutida nos bastidores, esse panorama teria feito Musk mudar a abordagem em relação as críticas a Trump.

O que se sabe sobre os documentos de Epstein

Vale lembrar que a suposta ligação de Trump com os arquivos de Epstein já foi mencionada publicamente. O nome do presidente aparece em registros de voos associados ao círculo de Epstein, conforme documentos judiciais — mas, até o momento, não há comprovação de envolvimento direto com os crimes investigados.

Jeffrey Epstein foi preso em julho de 2019, acusado de abuso sexual e tráfico de dezenas de meninas no início dos anos 2000. Um mês após sua detenção, morreu por suicídio em circunstâncias controversas, classificadas pelo Departamento de Justiça como resultado de “falhas e negligências” no sistema penitenciário.