Alemanha exige que Google e Apple removam o DeepSeek das lojas de apps

Alemanha exige que Google e Apple removam o DeepSeek das lojas de apps

O governo da Alemanha disparou um alerta que pode ecoar por toda a Europa: a autoridade de proteção de dados do país pediu formalmente que Google e Apple retirem o aplicativo DeepSeek de suas plataformas, informa a Reuters.

O motivo? Riscos graves à privacidade de usuários europeus, com suspeitas de que a IA esteja enviando dados sensíveis para servidores na China, sem cumprir as exigências do GDPR.

Dados enviados à China sem proteção adequada, afirma comissária

A comissária de proteção de dados da Alemanha, Meike Kamp, declarou que a empresa por trás do DeepSeek não conseguiu comprovar garantias legais suficientes para a transferência internacional de dados pessoais — uma violação direta ao Regulamento Geral sobre a Proteção de Dados (GDPR), que impõe regras rígidas para o envio de informações fora do bloco europeu.

“As autoridades chinesas possuem amplos poderes para acessar dados pessoais sob jurisdição de empresas locais”, afirmou Kamp, destacando o risco legal embutido nas leis de segurança nacional da China, que podem obrigar companhias a colaborar com o governo chinês.

Impacto pode se espalhar para toda a União Europeia (e além)

DeepSeek

A medida da Alemanha não é um caso isolado. Segundo especialistas, o banimento do DeepSeek pode se estender para outros países da UE — e até para o Reino Unido, que ainda adota o GDPR em sua legislação local. Para o advogado britânico Matt Holman, do escritório Cripps, o precedente pode desencadear uma reação em cadeia:

“Se a Alemanha prosseguir, é altamente provável que o aplicativo seja proibido em todo o bloco. A base legal é a mesma”, explicou.

DeepSeek já enfrentou críticas antes — inclusive na Coreia do Sul

Este não é o primeiro alerta envolvendo o DeepSeek. Em 2023, o aplicativo também foi investigado na Coreia do Sul por coletar e transferir dados sem consentimento explícito dos usuários. As recorrentes acusações levantam dúvidas sobre o modelo de operação da plataforma e sua aderência às normas internacionais de privacidade.

Google e Apple ainda não se pronunciaram

Até o momento, nem Google nem Apple confirmaram se vão acatar a solicitação alemã. Outros órgãos de proteção de dados da União Europeia também seguem em silêncio, mas o tema já mobiliza especialistas em segurança digital e levanta questionamentos sobre o nível de fiscalização nas lojas de aplicativos.

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