
Por que os celulares básicos estão se tornando cada vez mais populares?
Por que os celulares básicos estão se tornando cada vez mais populares?
O smartphone dominou o nosso cotidiano. Mas, nos últimos anos, um movimento silencioso vem ganhando força: o de quem decide voltar ao básico. Além de uma possível relação com o preço, muitas pessoas que, cansadas da avalanche de notificações, da ansiedade digital e da sensação constante de urgência, estão trocando seus aparelhos de última geração por celulares simples, com funções limitadas — e propósito bem claro: viver com mais presença no mundo real. Esses aparelhos são conhecidos como dumbphones.
Segundo projeções do setor, colhidas pelas Zion Market Research, o mercado de apps de “desintoxicação digital” deve movimentar cerca de £15 bilhões até 2032, impulsionado por consumidores que buscam uma vida menos dependente das telas.

Saúde mental: o peso invisível do excesso digital
A ideia de reduzir o tempo de tela já não se limita a desinstalar aplicativos ou ativar o modo “Não Perturbe“, mas passa por também adotar o celular simples, desconectado, como parte da rotina. O que impulsiona esse novo comportamento é uma inquietação generalizada: ansiedade, fadiga mental, perda de foco.
Uma das ações que muitas pessoas estão recorrendo para se desvincular da hiperconectividade é a procura por celulares mais básicos. Um relatório de dezembro de 2024 do comparador de preços Idealo revelou que a demanda por esses dispositivos aumentou 214% em comparação com o ano anterior. Esse crescimento é atribuído a diversos fatores, incluindo o desejo de reduzir a dependência digital, evitar distrações constantes e buscar uma vida mais equilibrada.
Até mesmo grandes nomes que contribuem diretamente da dependência do consumo e uso dos celulares rejeitam a essa exposição constante a todo momento. Em entrevista à Fortune, Lauren Sánchez, esposa de Jeff Bezos, disse que há um mandamento que é seguido à risca em sua casa: Nada de celulares nas primeiras horas da manhã!
O jejum de dopamina
Um dos conceitos mais discutidos nesse contexto é a chamada “jejum da dopamina 2.0”. A ideia foi originalmente estruturada em 2019 pelo psiquiatra Dr. Cameron Sepah, que utilizou o método em contextos de terapia comportamental. A ideia central é uma pausa consciente na avalanche de estímulos que inundam o cérebro de recompensas fáceis (e que adoramos).
O objetivo não é literalmente reduzir os níveis de dopamina no cérebro, mas sim restringir temporariamente a interação em atividades que proporcionam gratificação imediata, como uso excessivo de redes sociais e jogos.
Alterações cerebrais após restrição de smartphones

Uma pesquisa publicada em março de 2025 demonstrou que limitar o uso de smartphones por apenas três dias pode provocar mudanças na atividade cerebral, particularmente em regiões relacionadas à dopamina e serotonina. Essas áreas estão envolvidas na regulação do humor, emoções e comportamentos de recompensa.
O modo inteligente de realizar a restrição
Segundo especialistas, o caminho mais eficaz não é cortar tudo de uma vez, mas criar rotinas equilibradas: cuidar do sono, praticar exercícios, desenvolver hobbies offline e inserir momentos de atenção plena no dia a dia. A regra de pequenas ações que geram grandes transformações é poderosa!
O medo do coditiano aumentou o uso “estratégico” do celular básico
Além de todas essas questões relacionadas à saúde mental e a busca por um comportamento mais desconectado, é impossível ignorar o impacto que a ausência de segurança nas cidades imprime nas pessoas um medo constante de perder aquele bem material que foi tão difícil de ser conquistado. Em segundos você pode ver o seu smartphone ser tomado por um bandido.
Os dados do Brasil sobre o roubo de celulares é alarmante. Segundo o 18º Anuário Brasileiro de Segurança Pública divulgado em 2024, mas que contempla dados de 2023, um celular foi furtado ou roubado no país a cada 33 segundos. Em números absolutos, foram registrados 937.294 casos de roubo e furto de celulares em 2023 no Brasil.
Diante desse cenário, muitas pessoas tem adotado a ideia de ter o “celular do bandido”. É trágico, mas é a realidade. Um aparelho reserva, desses básicos, para entregar ao criminoso caso a pessoa seja vítima de um assalto. Um caso que viralizou nesse sentido foi de uma mulher que conseguiu esconder o seu celular novo e entregou um aparelho velho que estava guardado em sua bolsa. Veja abaixo as imagens:
BRASIL: Durante um assalto em um ônibus, mulher esconde o novo celular e entrega para o bandido o antigo que estava guardado na sua bolsa. pic.twitter.com/YYcJywbErR
— Closer Brasil (@BrasilCloser) May 5, 2023
Nokia 3310, a lenda dos celulares básicos
Poucos símbolos representam melhor os celulares antigos do que o Nokia 3310. Ícone da virada do milênio, o aparelho ganhou, em 2017, uma nova edição, que conserva a aparência robusta de antigamente, com uma nova roupagem.

O novo modelo foi lançado em versões com suporte a 3G e 4G, tela de 2,5 polegadas, câmera de 2 MP e uma bateria removível de 1200mAh. E sim, o jogo da cobrinha está disponível. Temos aqui no Hardware.com.br um post lembrando a história do Nokia 3310 em 10 curiosidades.
Algumas opções básicas resgatam até mesmo formato flip phone, como o Gradiente Neo S105a, que custa um pouco mais de R$ 250, ou o Positivo P41, que é ainda mais barato, cerca de R$ 160.

Você toparia deixar seu smartphone por alguns dias? Ou já fez isso? Conta pra gente nos comentários!
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