Melhor manter um celular Android antigo por mais tempo ou trocar por um novo mais barato?

Melhor manter um celular Android antigo por mais tempo ou trocar por um novo mais barato?

Se você já se perguntou se é melhor manter um celular Android antigo ou trocar por um novo celular Android barato, a resposta não é tão simples. Ambos podem ser campeões em lentidão, mas por motivos diferentes. A resposta também depende muito dos modelos em questão. 

Vamos mergulhar nos gargalos de desempenho, com uma pitada de explicação técnica, para entender qual deles te deixa mais na mão – e o que você pode fazer para melhorar a experiência.

O Android barato: hardware na corda bamba

Celular Realme Note 60X é um smartphone barato, mas com apenas 3 GB de memória RAM
Celular Realme Note 60X é um smartphone barato, mas com apenas 3 GB de memória RAM

Quando você compra um smartphone de entrada, daqueles que custam pouco e prometem o básico, o hardware é o principal vilão do desempenho. Esses aparelhos geralmente vêm com processadores modestos, pouca memória RAM (às vezes 4 GB ou menos) e armazenamento lento, como eMMC em vez do UFS mais rápido. Mas o que isso significa na prática?

  • Processador fraco: Um chip de entrada tem menos núcleos e clock mais baixo. Isso faz com que tarefas pesadas, como abrir vários apps ou rodar jogos, sejam um sofrimento. O processador simplesmente não dá conta de processar tudo rápido.
  • RAM limitada: Com pouca memória RAM, o sistema mal consegue manter apps abertos em segundo plano. Tente abrir o WhatsApp, o Chrome e o Instagram ao mesmo tempo, e o celular já começa a engasgar, fechando apps automaticamente para liberar espaço.
  • Armazenamento lento: O eMMC, usado em muitos Androids baratos, tem velocidades de leitura e escrita bem inferiores ao UFS. Isso significa que instalar apps, carregar fotos ou até abrir o sistema demora mais.
  • Tela e bateria: Displays de baixa resolução e baterias mal otimizadas podem forçar o hardware a trabalhar mais, consumindo energia e piorando a performance.

Na prática, um Android barato trava porque o hardware é projetado para o mínimo: chamadas, mensagens e apps leves. Isso significa que se você só usa o celular para fazer chamadas, olhar o WhatsApp as vezes, ele pode sim ser uma boa opção, mas hoje em dia dificilmente usamos o smartphone apenas para isso, então vale ponderar. 

Jogos que não sejam os mais simples possíveis também estão fora de cogitação nesses aparelhos. A boa notícia e a vantagem nesse caso é que eles já costumam vir com versões mais recentes do Android, então o software até tenta ajudar, com otimizações como o Android Go, feito para dispositivos de entrada com até 2GB de RAM. Mas, no fim, o hardware limitado é um teto baixo que impede o celular de brilhar.

O Android antigo: o peso da obsolescência

Smartphone Samsung Galaxy S9 é um android antigo, que já não roda o sistema mais atual
Smartphone Samsung Galaxy S9 é um android antigo, que já não roda o sistema mais atual

Agora, imagine um celulares top de linha lançados em 2018, 2019 e até 2020. Na época, eles eram feras, com processadores potentes e 6 GB ou 8 GB de RAM. Mas, anos depois, por que eles parecem tão lentos? A culpa é da obsolescência de software, com um toque de desgaste físico.

  • Atualizações paradas: Fabricantes de Android geralmente oferecem 2-3 anos de atualizações de sistema. Depois disso, seu celular fica preso em uma versão antiga. Apps modernos, como o Instagram ou o TikTok, são otimizados para sistemas mais novos, exigindo mais recursos e causando travamentos em sistemas desatualizados.
  • Bloatware acumulado: Com o tempo, o celular acumula apps pré-instalados e dados em cache que ocupam espaço e RAM. Isso faz o sistema ficar mais lento, especialmente se o armazenamento está quase cheio: um disco lotado reduz drasticamente a velocidade de leitura/escrita.
  • Apps mais exigentes: O WhatsApp de 2025 não é o mesmo de 2018. Atualizações de aplicativos aumentam os requisitos de hardware, e um celular antigo, mesmo com um bom processador, pode não acompanhar. Por exemplo, o Chrome hoje consome muito mais RAM do que há cinco anos.
  • Desgaste físico: Baterias antigas perdem capacidade, o que pode levar o sistema a reduzir a performance para economizar energia. Além disso, o armazenamento (mesmo UFS) pode sofrer com desgaste, ficando mais lento após anos de uso intenso.

Um Android antigo trava porque o software e os apps evoluíram, mas o celular ficou para trás. O hardware, que já foi top, ainda pode ser decente, mas sem otimizações de software, ele não consegue entregar a mesma fluidez de antes. É como tentar rodar um jogo de PS5 em um PS3: alguns até rodam, mas com sofrimento.

Qual dos dois vai travar mais?

Smartphone travando
Smartphone travando

Depende do contexto. Um Android barato trava mais em multitarefa ou tarefas pesadas porque o hardware é o gargalo principal. Você sente a lentidão desde o primeiro dia, especialmente se usa apps que exigem mais poder, como jogos ou editores de vídeo.

Já um Android antigo começa bem, mas vai ficando mais lento com o tempo, conforme o software fica desatualizado e os apps se tornam mais exigentes. Em 2025, um celular de 2018 com Android 9 ou 10 provavelmente vai engasgar mais em apps modernos do que um Android barato com Android 14 ou 15, mas o barato vai perder feio em tarefas que exigem hardware bruto, como jogos.

Qual a solução?

A opção ideal seria ter um celular que possa rodar o Android mais atual e ao mesmo tempo não seja tão limitado em termos de hardware. Se o seu smartphone atual já está bastante antigo e não tem mais atualizações mas você não quer ou não pode investir muito em um novo, tente optar por um que tenha ao menos 4 GB de memória RAM e um processador mediano. 

Confira a nossa lista com 4 ótimos smartphones para comprar em 2025 por menos de R$ 1.000.

Dicas extras

Para quem tem Android mais antigos ou comprou modelos mais baratos, as dicas para ter a melhor experiência possível com eles são as seguintes:

  • Para Androids baratos:
    • Use versões leves de apps (como WhatsApp Lite ou Google Go).
    • Evite multitarefa pesada e limpe o armazenamento regularmente.
    • Considere modelos com pelo menos 4 GB de RAM e armazenamento UFS, mesmo na faixa de entrada.
  • Para Androids antigos:
    • Faça um reset de fábrica para limpar bloatware (mas lembre-se de fazer backup!).
    • Desative ou desinstale apps desnecessários.
    • Se possível, instale uma ROM customizada (como LineageOS) para ter uma versão mais recente do Android, mas isso exige conhecimento técnico.
  • Para ambos:
    • Mantenha o sistema atualizado dentro do possível.
    • Use um launcher leve, como o Nova Launcher, para melhorar a interface.
    • Evite encher o armazenamento – deixe pelo menos 20% livre.

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