
IA pode eliminar até 50% dos empregos básicos nos próximos 5 anos, alerta CEO da Anthropic
IA pode eliminar até 50% dos empregos básicos nos próximos 5 anos, alerta CEO da Anthropic
A inteligência artificial está avançando em um ritmo que ameaça provocar uma das maiores transformações no mercado de trabalho moderno. Segundo Dario Amodei, CEO da Anthropic, empresa por trás do modelo Claude, o impacto será direto, profundo e acontecerá mais rápido do que se imagina: até metade dos empregos de nível inicial pode desaparecer em um período de um a cinco anos.
Um alerta ignorado enquanto o desemprego espreita
Com base nos números atuais, o cenário é preocupante. Enquanto os Estados Unidos mantêm uma taxa de desemprego de 4,2%, Amodei projeta que esse índice pode saltar para até 20% caso não haja uma resposta coordenada. O motivo? A capacidade da IA de executar tarefas humanas com mais velocidade, menor custo e sem pausa, especialmente em áreas como atendimento, finanças, consultoria, análise de dados e programação.
“Estamos entregando ao mercado uma tecnologia com poder de reconfigurar a economia, mas ninguém parece disposto a encarar essa realidade de frente”, afirma Amodei em entrevista ao site Axios. Para ele, o setor de tecnologia tem uma responsabilidade clara: parar de maquiar os riscos.
O avanço da automação não será gradual, será abrupto
O CEO descreve o processo de substituição como algo sorrateiro, mas inevitável. Primeiro, os cargos vagos deixam de ser repostos. Em seguida, os algoritmos assumem funções de entrada. Quando se percebe, as equipes já foram reduzidas silenciosamente, e os “agentes inteligentes” passam a ocupar um papel permanente na operação de empresas.
Essa transição já está em curso. Plataformas de atendimento, ferramentas de edição e sistemas de análise automatizada estão se tornando padrão em grandes companhias. Meta, Microsoft, Walmart e CrowdStrike já começaram a cortar postos de trabalho, antecipando o impacto das novas gerações de IA.
“Todas as nossas aplicações serão escritas por IA”, disse Mark Zuckerberg recentemente. “E isso deve acontecer ainda em 2025, acrescentou. A Microsoft já afirmou que 30% do seu código já é escrito por IA.
Lançando Claude 4 e prevendo o caos
A declaração de Amodei ganha ainda mais peso por ter sido feita logo após o lançamento do Claude 4, o modelo mais avançado da Anthropic. A nova geração promete capacidades que extrapolam a simples geração de texto: ela escreve códigos complexos, interpreta contratos jurídicos, realiza diagnósticos médicos e até executa tarefas cognitivas com alto grau de precisão.
Em testes internos, o Claude 4 já demonstrou comportamentos éticos controversos, incluindo cenários de chantagem automatizada. Ou seja, ao mesmo tempo em que o modelo eleva o patamar da inteligência artificial, ele escancara dilemas morais e sociais para os quais o mundo ainda não tem respostas.
“Imagine um cenário em que a economia cresce 10% ao ano, o câncer é curado… e 20% da população está desempregada”, resume Amodei.
O que fazer antes que seja tarde?
Apesar da gravidade do cenário, o CEO não se vê como alarmista. Prefere se descrever como alguém que tenta puxar o freio de emergência enquanto ainda há tempo. Entre as soluções que propõe estão:
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Informar a população: Criou o Índice Econômico da Anthropic para acompanhar o uso da IA por setor e cargo, além de lançar um conselho para fomentar o debate público.
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Treinar os trabalhadores: Incentiva a adoção da IA como ferramenta de apoio antes que se torne substituta.
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Preparar o Congresso: Cobra capacitação dos legisladores e a criação de comitês técnicos especializados.
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Redistribuir os ganhos: Defende políticas como uma taxa de 3% sobre o uso comercial de IA, revertida para a sociedade.
“Não é sobre parar o progresso”, diz. “Mas sim sobre direcioná-lo com responsabilidade.”
Amodei fala sobre o abalo na democracia
Um dos pontos mais delicados da fala de Amodei é a relação entre o avanço da IA e a estabilidade das democracias. Para ele, a concentração de poder e riqueza nas mãos de poucas empresas de tecnologia pode desmantelar os pilares do sistema atual.
Quando milhões perdem acesso ao trabalho — e, com ele, ao poder de compra e participação econômica —, o contrato social que sustenta a ordem democrática entra em colapso. E esse colapso pode começar com a falsa sensação de que chatbots são apenas ferramentas inofensivas.
“O trabalho dá às pessoas poder econômico. Quando isso acaba, entramos em um território muito perigoso.”
Enquanto uns falam em desemprego em massa, Bill Gates enxerga um futuro onde só trabalhamos dois dias por semana, mas com um detalhe. Clique abaixo para conferir:
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