
Geração Z consulta o ChatGPT antes de tomar decisões importantes, diz CEO da OpenAI
Geração Z consulta o ChatGPT antes de tomar decisões importantes, diz CEO da OpenAI
A inteligência artificial deixou de ser uma ferramenta ocasional para se tornar presença constante na vida de muita gente. Mas entre os mais jovens, especialmente a Geração Z, aqueles que nasceram entre o fim da década de 1990 e 2010, esse vínculo ganhou uma dimensão ainda mais pessoal. Para eles, ferramentas como o ChatGPT não servem apenas para tirar dúvidas ou gerar textos: viraram conselheiras de vida.
Quem afirma isso é ninguém menos que Sam Altman, CEO da OpenAI, empresa responsável por desenvolver o ChatGPT. Durante uma conversa na conferência AI Ascent, organizada pela Sequoia Capital, Altman chamou atenção para a forma como diferentes faixas etárias usam a IA em seu cotidiano.
ChatGPT como conselheiro existencial?
Segundo Altman, enquanto o público mais velho encara a IA como um substituto para o Google — ou seja, uma ferramenta de busca mais esperta —, os mais jovens adotam uma postura diferente. “Pessoas na casa dos 20 ou 30 anos estão usando o ChatGPT como uma espécie de conselheiro pessoal”, disse. Em muitos casos, decisões importantes não são tomadas antes de ouvir a opinião da IA.
Ele cita como exemplo estudantes universitários que já integram o ChatGPT em praticamente todos os aspectos do dia a dia, chegando a tratá-lo como um “sistema operacional” pessoal. Não se trata apenas de usar o robô para revisar um texto ou pedir dicas de estudo. Estamos falando de recorrer à IA para decidir o rumo de uma carreira, lidar com dilemas emocionais ou até mesmo planejar mudanças de cidade.
O contraste geracional é nítido
Altman descreve esse novo comportamento como uma virada comparável ao impacto dos primeiros smartphones. “Lembro da época em que os celulares inteligentes surgiram. As crianças sabiam usar tudo de forma intuitiva, enquanto os mais velhos levavam anos para entender o básico”, comparou.
Com a IA, a lógica parece se repetir. A geração Z, que cresceu cercada por tecnologia, absorve e adapta essas ferramentas com agilidade impressionante. “É como se tivessem nascido com o celular em uma mão e a IA na outra”, ironiza Altman.
Essa familiaridade natural com o digital também influenciou a forma como consomem e interagem com produtos e serviços. Não é só a forma de pesquisar que mudou. A tomada de decisão, o consumo de conteúdo, as escolhas de carreira e até relacionamentos são impactados por essa relação quase simbiótica com a tecnologia.
Um novo tipo de dependência?
Para os críticos, essa confiança irrestrita em conselhos de IA pode gerar uma espécie de alienação, transferindo a autonomia individual para um sistema que, embora poderoso, está longe de ser infalível. Para outros, é apenas uma evolução lógica. Se a geração anterior confiava em gurus da internet, fóruns ou vídeos no YouTube, por que não centralizar essa ajuda em uma IA treinada para oferecer respostas personalizadas?
O que está claro, segundo Altman, é que estamos diante de uma nova forma de interação com a tecnologia. Uma relação mais íntima, quase emocional, que molda o comportamento de uma geração inteira.
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