Elon Musk quer criar uma IA que busque os princípios fundamentais da verdade, do mesmo jeito que a física faz
A corrida global pela liderança no desenvolvimento de inteligência artificial não dá sinais de desaceleração. Toda semana surgem novidades, avanços e até aquisições estratégicas. A mais recente envolve a OpenAI, que comprou a startup io Products, de Jony Ive, para acelerar a criação de um dispositivo físico baseado em IA, capaz de redesenhar o cenário tecnológico mundial.
Mas Elon Musk, como de costume, não está disposto a ficar assistindo da arquibancada. Durante uma conversa com Satya Nadella, CEO da Microsoft, no evento Microsoft Build, o empresário revelou um passo ambicioso para o futuro do Grok, o chatbot integrado na plataforma X.
Musk quer que sua IA funcione como a física
A proposta é, no mínimo, ousada. Musk afirmou que a próxima grande atualização do Grok, que chegará na versão 3.5, terá como missão fazer com que a IA opere com base nos princípios da física. Na visão dele, esse é o caminho mais sólido para garantir que as respostas geradas se aproximem ao máximo da verdade.
“O objetivo é construir um modelo que busque os princípios fundamentais da verdade, do mesmo jeito que a física faz. Erros acontecem, claro, mas a ideia é reconhecê-los rapidamente e corrigi-los de forma progressiva”, explicou o empresário durante o papo com Nadella.
Aplicar métodos científicos ao raciocínio da IA
Para Musk, a física é uma referência não apenas por ser exata, mas por sua metodologia. Toda teoria científica parte de axiomas claros, elementos fundamentais tidos como verdades iniciais. A partir deles, desenvolve-se todo o raciocínio.
“Quando lidamos com verdades fundamentais, o processo consiste em reduzir tudo aos elementos axiomáticos mais confiáveis, aqueles com maior probabilidade de estarem corretos. Depois, a construção do raciocínio segue daí”, afirmou. Isso, segundo ele, é o que deveria guiar uma inteligência artificial comprometida com a precisão e a confiabilidade.
Grok 3.5: a promessa de uma IA menos sujeita a erros
Essa filosofia vai orientar o desenvolvimento da nova versão do Grok, criada pela xAI, startup de IA de Musk. O empresário acredita que esse modelo, ao adotar ferramentas cognitivas inspiradas na física, poderá gerar respostas mais sólidas, com menos viés, menos erros e muito mais alinhadas à realidade.
Não é a primeira vez que Musk sugere que a atual geração de modelos de linguagem ainda está muito distante daquilo que ele considera aceitável em termos de rigor. Ao buscar apoio nos métodos científicos, sua meta é transformar o Grok em uma IA capaz de se destacar não apenas por ser mais “esperta”, mas por ser fundamentalmente mais precisa.
O que resta agora é acompanhar se essa promessa se traduzirá em prática, especialmente em um mercado onde os gigantes da tecnologia já travam uma batalha intensa por supremacia no campo da inteligência artificial.
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