
Bill Gates critica Elon Musk: “O homem mais rico do mundo é a razão pela qual os mais pobres estão morrendo”; entenda
A tensão entre dois dos nomes mais influentes do mundo ganhou um novo capítulo. Bill Gates, cofundador da Microsoft e hoje um dos filantropos mais conhecidos do planeta, não poupou críticas a Elon Musk. Em entrevista ao Financial Times, Gates responsabilizou o bilionário sul-africano por prejudicar programas de ajuda internacional que salvam vidas, ao apoiar o desmonte da USAID, principal agência de desenvolvimento dos Estados Unidos.
A gota d’água: o colapso da USAID
Segundo Gates, as decisões recentes do Departamento de Eficiência Governamental (Doge), entidade idealizada por Musk e com forte influência no atual governo americano, levaram ao colapso da USAID. A agência, que teve um orçamento de US$ 44 bilhões em 2024, foi descrita por Musk como “uma organização que precisava morrer”. A consequência, segundo Gates, foi drástica: medicamentos e alimentos essenciais ficaram encalhados em depósitos, vacinas não foram entregues, e doenças que estavam controladas, como sarampo, HIV e poliomielite, voltaram a ameaçar populações vulneráveis .
“Imagine o homem mais rico do mundo sendo a razão pela qual os mais pobres estão morrendo. Não é um retrato bonito”, afirmou Gates à publicação britânica.
Gaza, confusões geográficas e cortes de impacto real
O ex-CEO da Microsoft ainda revelou que Musk teria cortado fundos destinados a um hospital em Gaza, província de Moçambique, responsável por prevenir a transmissão vertical do HIV. O motivo? Uma confusão geográfica grave. Musk acreditava que os recursos estariam sendo usados para enviar preservativos ao Hamas, confundindo o local com a Faixa de Gaza, no Oriente Médio.
“Seria interessante se ele fosse lá, olhar nos olhos das crianças que agora carregam o vírus, só porque ele decidiu cortar o financiamento”, disparou Gates.
Fundação Gates: data marcada para o fim
A entrevista também serviu de palco para outro anúncio impactante. Aos 69 anos, Bill Gates declarou que pretende extinguir a Fundação Bill e Melinda Gates até 2045. A decisão vem acompanhada de um plano para acelerar o ritmo de doações, prevendo investir mais de US$ 200 bilhões em saúde, educação e desenvolvimento global nos próximos 20 anos. O foco segue firme: vacinas, mortalidade infantil e erradicação de doenças que ainda assolam regiões negligenciadas.
“Vamos ter mais clareza. Estamos gastando o fundo todo ao longo dessas duas décadas, em vez de tentar ser uma fundação perpétua. Isso nos dá escala e impacto reais .”
Nem toda fortuna será herdada
Outro ponto que reforça a visão de Gates sobre o papel social dos bilionários é sua decisão de deixar menos de 1% de seu patrimônio para os filhos. Ele defende um imposto sobre grandes heranças e critica o acúmulo de riqueza por gerações: “Riqueza dinástica não faz bem à sociedade”.
Esse discurso vem sendo questionado por críticos que apontam que a estrutura da fundação também oferece benefícios fiscais e influência política global. Gates, por sua vez, responde em tom direto: “Podem falar o que quiserem de mim quando eu morrer, mas uma coisa é certa: não quero ser lembrado como alguém que morreu rico ”.
Um histórico de atritos com Musk
O embate com Musk, aliás, está longe de ser pontual. A rivalidade entre os dois já havia vindo a público em episódios anteriores. Quando Musk soube que Gates apostou contra as ações da Tesla, não hesitou em chamá-lo de hipócrita, ironizando o fato nas redes sociais com uma montagem ofensiva. Segundo a biografia escrita por Walter Isaacson, Musk considera que o impacto social de suas empresas, como os carros elétricos da Tesla, é mais eficaz do que qualquer filantropia tradicional.
Gates rebate: para ele, há um desequilíbrio evidente nas prioridades de Musk. “Ele passa tempo demais pensando em Marte. O foco deveria estar aqui na Terra.”
Em março, durante uma entrevista ao The Wall Street Journal, Gates revelou que não fala com Elon Musk há 18 meses, e acrescentou que se estivesse no lugar de Elon Musk no Departamento de Eficiência Governamental (Doge), analisaria todos os departamentos em busca de possíveis cortes de gastos, incluindo pensões, defesa e saúde, e expressou preocupação em eliminar coisas que trazem benefícios a longo prazo.
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