Tem quem compre? 8 acessórios da Apple com preços ridiculamente caros

No universo da tecnologia, poucas marcas despertam tanto fascínio e críticas quanto a Apple. A empresa que transformou dispositivos eletrônicos em símbolos de status social segue um caminho peculiar quando o assunto é precificação, especialmente em seus produtos complementares. Não bastasse o valor elevado de seus smartphones, tablets e computadores, a companhia parece testar os limites da fidelidade de seus consumidores com acessórios que beiram o absurdo em termos de custo.

Enquanto muitos consumidores já se acostumaram com o famoso “preço Apple” para seus dispositivos principais, é nos itens secundários que a estratégia da empresa se revela ainda mais agressiva. Do simples pano de limpeza que custa mais que alguns gadgets completos às rodas para Mac Pro com preço de carro popular, a linha de acessórios da marca californiana desafia qualquer lógica de mercado tradicional.

Neste artigo, vamos explorar oito produtos complementares da Apple que se destacam não por suas funcionalidades revolucionárias, mas pelos valores que fariam qualquer consumidor pensar duas vezes antes de adicionar ao carrinho. Prepare-se para conhecer os acessórios que transformam o conceito de “premium” em algo que beira o surreal.

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1. Pano de polimento: R$ 219 por um pedaço de tecido

Talvez o caso mais emblemático da política de preços da Apple seja o simples pano de polimento lançado em 2021. Por R$ 219 (ou US$ 19 nos EUA), a empresa vende um pedaço de tecido descrito como “feito com material macio e não abrasivo” que promete limpar com segurança qualquer tela da marca.

O produto virou piada instantânea na internet e até foi objeto de análise de um canal especializado em desmontar eletrônicos. O veredicto? Uma microfibra que imita couro sintético, com construção mais elaborada que o normal, mas que dificilmente justifica custar dezenas de vezes mais que panos similares no mercado.

O mais impressionante é que, mesmo após três anos de seu lançamento, o pano mantém exatamente o mesmo preço, sugerindo que a demanda não diminuiu o suficiente para forçar um reajuste para baixo.

2. Película para iPhone 12 Pro Max: R$ 229 para proteger um celular antigo

Nem mesmo dispositivos em fim de ciclo de vida escapam da política de preços elevados. A película antirreflexo para iPhone 12 Pro Max, fabricada pela parceira Belkin, é vendida por R$ 229 no site oficial brasileiro.

A película promete reduzir reflexos de luzes artificiais e do sol, além de proteger contra danos enquanto preserva a funcionalidade da tela Multi-Touch. Tudo isso por um preço que equivale a cerca de 5% do valor de um iPhone novo.

O mais curioso é que o iPhone 12 Pro Max foi lançado em 2020 e já está próximo de sair da lista de dispositivos com suporte a atualizações do iOS, mas seus acessórios continuam com preços de lançamento.

3. Cabo USB-C para 3,5 mm: R$ 449 para uma conexão simples

Um dos acessórios mais recentes da marca, o cabo USB-C para entrada de áudio padrão de 3,5 mm, foi lançado com preço de R$ 449 (ou US$ 39). O produto é direcionado principalmente para os fones AirPods Max e Beats Studio Pro, os modelos mais caros de suas respectivas linhas.

A empresa promete “latência ultrabaixa” na transmissão de áudio e posiciona o produto como essencial para os usuários que desejam aproveitar o recurso de áudio de alta fidelidade dos AirPods Max via conexão USB-C.

O valor salta aos olhos quando comparamos com cabos similares de outras marcas, que podem custar menos de um décimo desse preço, mesmo oferecendo qualidade adequada para transmissão de áudio.

4. Chaveiro FineWoven para AirTag: R$ 426, mais caro que o próprio rastreador

A etiqueta inteligente AirTag é um dispositivo de rastreamento que se tornou popular entre os usuários do ecossistema Apple. Para complementá-lo, a empresa oferece um chaveiro feito com seu tecido FineWoven, disponível em cinco cores, que facilita a fixação da etiqueta em mochilas ou chaveiros.

O detalhe curioso? O acessório custa R$ 426 (US$ 35), valor superior ao do próprio AirTag, que é vendido por R$ 369 no site oficial. O chaveiro é feito com aço inoxidável no elo e utiliza material com 68% de conteúdo reciclado pós-consumo.

A linha FineWoven foi introduzida como alternativa ao couro em diversos acessórios da empresa, incluindo capas para iPhone e pulseiras para Apple Watch, mas não conquistou o público como esperado devido à sua durabilidade questionável.

5. Capa de silicone para iPhone 16e: R$ 449, ou 10% do valor do aparelho

O modelo mais acessível da atual linha de smartphones da Apple, o iPhone 16e, também tem acessórios com preços elevados. A capa oficial de silicone custa R$ 449 (US$ 39), o que representa aproximadamente 10% do valor do próprio dispositivo.

Disponível em cinco cores (verde-lago, fúcsia, azul-inverno, branca e preta), a capa é fabricada com 55% de silicone reciclado e promete proteção contra quedas e arranhões. Internamente, possui uma camada de microfibra para evitar riscos no aparelho.

Capas de silicone são tradicionalmente acessórios de baixo custo, mas a versão oficial da Apple mantém o padrão de precificação premium mesmo para seu smartphone de entrada.

6. Cabo Thunderbolt 4 Pro de 3 metros: R$ 1.849 para transmitir dados

Para conexões que exigem alta velocidade de transferência de dados, como entre um Mac e um monitor externo, a Apple oferece o cabo Thunderbolt 4 Pro (USB-C) de 3 metros por impressionantes R$ 1.849 (US$ 159).

O cabo apresenta design trançado para evitar nós e promete transferência de dados a até 40 Gb/s no padrão Thunderbolt ou até 10 Gb/s no padrão USB 3.2. Além disso, suporta recarga com potência de até 100W.

Curiosamente, a versão de 1,8 metro do mesmo cabo custa R$ 400 a menos, demonstrando como a empresa cobra um prêmio significativo por um pouco mais de comprimento.

7. Pulseira de elos para Apple Watch: R$ 4.099, o preço de um smartphone premium

Entre as diversas opções de pulseiras para o Apple Watch, o modelo de elos se destaca pelo acabamento e também pelo preço. Na versão para relógios com caixa de 46 mm, o acessório custa R$ 4.099 (US$ 349), valor equivalente a um smartphone topo de linha atual.

Disponível nas cores Natural (cinza), Dourado e Ardósia (preto), a pulseira é fabricada com liga de aço inoxidável 316L e composta por mais de 100 peças individuais. Seu diferencial é o fecho borboleta exclusivo e a possibilidade de adicionar ou remover elos sem necessidade de ferramentas especiais.

O valor é particularmente impressionante quando consideramos que se trata apenas de um acessório para um dispositivo que já tem preço elevado por si só.

8. Rodas para Mac Pro: R$ 6.999 para movimentar o computador

O último item da lista é talvez o mais surpreendente. O Kit de rodízios para Mac Pro custa incríveis R$ 6.999 (US$ 699) e tem como única função permitir a movimentação do computador pelo ambiente.

O acessório é fabricado em aço inoxidável e borracha, projetado especificamente para o Mac Pro. A instalação requer apenas os soquetes inclusos na embalagem, e as rodas elevam o dispositivo em 2,5 cm do chão.

Mesmo considerando que o Mac Pro é o produto mais potente e caro da linha Apple, destinado a profissionais de áreas como edição de vídeo e desenvolvimento, o valor das rodas parece desproporcional à sua funcionalidade básica.

Por que os acessórios da Apple são tão caros?

A empresa não explica oficialmente os motivos por trás de sua política de preços, especialmente no Brasil, onde os valores são ainda mais elevados. No entanto, alguns fatores podem ajudar a compreender essa estratégia:

1. Exclusividade e otimização: Alguns acessórios têm funcionamento exclusivo ou otimizado para os dispositivos Apple, limitando a concorrência.
2. Construção premium: A empresa mantém padrões elevados de materiais e acabamento mesmo em acessórios simples, o que naturalmente aumenta os custos.
3. Precificação no Brasil: O país tem uma das Apple Stores mais caras do mundo, com valores que vão muito além da simples conversão do dólar, incluindo impostos e outros fatores não especificados.
4. Estratégia de marca: A política de preços faz parte do posicionamento da Apple como marca premium, transformando até mesmo acessórios básicos em itens de desejo e status.

A combinação desses fatores resulta em produtos complementares com preços que frequentemente surpreendem até mesmo os consumidores já habituados ao ecossistema da empresa.

Consumo consciente no ecossistema Apple

Os acessórios oficiais da Apple certamente oferecem qualidade e integração perfeita com seus dispositivos. No entanto, os preços praticados, especialmente no Brasil, exigem uma reflexão sobre o valor real desses produtos.

Para muitos itens, existem alternativas de terceiros certificadas pela própria Apple com o selo “Made for iPhone/iPad/Mac” que oferecem qualidade comparável por preços significativamente menores. Em outros casos, produtos genéricos podem atender perfeitamente às necessidades do usuário comum.

A decisão de investir em acessórios oficiais deve considerar não apenas o desejo pela marca, mas também o custo-benefício real para cada situação específica. Afinal, em alguns casos, o valor de um único acessório pode ser suficiente para adquirir um dispositivo completo de outra marca.

O que você acha da política de preços da Apple para seus acessórios? Vale a pena investir nos produtos oficiais ou as alternativas de terceiros são mais sensatas? Compartilhe sua opinião nos comentários e conte-nos sua experiência com os acessórios da marca da maçã!