Os 10 filmes mais mal avaliados do IMDb

Quando se trata de cinema, nem todo filme é um sucesso de crítica ou público. Alguns, na verdade, entram para a história pelo motivo oposto: são tão mal recebidos que se tornam lendários por sua ruindade. O IMDb, maior banco de dados de filmes do mundo, mantém uma lista chamada Bottom 100, que reúne os longas-metragens mais mal avaliados pelos usuários.

Mas não é só a nota baixa que coloca um filme nessa lista, o volume de votos também importa, resultando em uma média ponderada que reflete a opinião de milhares de pessoas. Vamos conhecer os 10 filmes que encabeçam essa infame seleção?

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Como o IMDb faz o ranking?

O Bottom 100 do IMDb lista apenas filmes de longa-metragem (curtas, filmes para TV e documentários ficam de fora) que receberam pelo menos 10.000 avaliações de usuários regulares. A classificação não se baseia apenas na nota média, que vai de 1 a 10, mas em uma fórmula que considera o número de votos e a consistência das avaliações negativas.

Isso significa que um filme com nota 1.5, mas poucos votos, pode não entrar na lista, enquanto outro com nota 1.9, mas dezenas de milhares de avaliações, garante seu lugar. Essa média ponderada dá peso à opinião coletiva, tornando o Bottom 100 um reflexo fiel do que os usuários acham realmente intragável.

Os filmes mais mal avaliados do Bottom 100 do IMDb

1. Super-Heróis: A Liga da Injustiça (2008) – 1.9/10 (96 mil avaliações)

O filme mostra um grupo de adolescentes enfrentando uma noite caótica cheia de desastres naturais e eventos catastróficos, em um estilo de paródia cômica. Ele tenta satirizar filmes de super-heróis e desastres, mas falha na coerência e na execução. A baixa avaliação se deve a um roteiro mal construído, que depende de humor grosseiro e referências desatualizadas que não conectam com o público.

A falta de desenvolvimento dos personagens e uma trama desconexa também contribuem para a recepção negativa, assim como a ausência de uma sátira significativa, fazendo o filme parecer uma sequência de esquetes desconexos em vez de uma obra coesa.

2. Manos: As Mãos do Destino (1966) – 1.7/10 (38 mil avaliações)

A história acompanha uma família em férias que se depara com um culto satânico isolado, liderado por um líder ameaçador e seu estranho servo. A narrativa se desenrola em um cenário desolado, intensificando a sensação de medo e isolamento. A baixa pontuação vem de valores de produção amadores, incluindo qualidade de som ruim, edição desajeitada e atuações abaixo da média.

O ritmo é extremamente lento, e a narrativa carece de clareza, confundindo os espectadores. O orçamento reduzido é evidente em cada cena, e a falta de polimento profissional consolidou sua reputação como um dos piores filmes já feitos.

3. Birdemic: Choque e Terror (2010) – 1.7/10 (26 mil avaliações)

O filme retrata uma pequena cidade costeira atacada por bandos de pássaros mutantes, forçando um jovem casal a lutar pela sobrevivência em meio ao caos. Ele mistura temas ambientais com terror, mas não consegue entregar uma história envolvente. A má reputação vem dos efeitos especiais terríveis, com pássaros em CGI mal renderizados que anulam qualquer sensação de ameaça.

O diálogo é forçado, e as atuações são inexpressivas, dificultando o envolvimento do público. Além disso, a tentativa de passar uma mensagem ambiental parece exagerada e mal integrada, contribuindo para seu status de cult como um filme “tão ruim que é bom”.

4. Bebês Geniais 2: Super Bebês (2004) – 1.5/10 (32 mil avaliações)

A trama mostra um grupo de bebês falantes e inteligentes que se envolve no plano de um magnata da mídia para decodificar a fala infantil, correndo contra o tempo para frustrar seus objetivos. O filme busca ser uma comédia familiar, mas erra o alvo. A premissa, embora curiosa, não se traduz em uma história cativante, com um roteiro repetitivo e sem inspiração.

O humor é simplista e muitas vezes não funciona, afastando crianças e adultos. A direção fraca e a falta de carisma nas atuações também prejudicam, tornando o filme esquecível e amplamente criticado.

5. Salvando o Natal (2014) – 1.3/10 (17 mil avaliações)

A história gira em torno de um homem que tenta reacender o espírito natalino em sua festa de Natal, convencendo seu cunhado cético sobre a importância religiosa da data, destacando o papel de Jesus Cristo. A mensagem religiosa excessiva afasta espectadores que buscavam um filme natalino leve, enquanto os baixos valores de produção e o roteiro fraco não engajam nem mesmo o público-alvo.

As atuações parecem forçadas, e a narrativa é excessivamente didática, sem o calor ou humor necessários para torná-la atraente, resultando em críticas generalizadas.

6. A Gostosa e a Gosmenta (2008) – 2.0/10 (39 mil avaliações)

O filme acompanha uma jovem que aceita um encontro com a condição de que sua melhor amiga, considerada pouco atraente, também encontre um pretendente, levando a uma série de confusões cômicas. Ele tenta misturar comédia romântica com humor físico, mas não acerta.

O filme depende de estereótipos ofensivos e humor grosseiro, que muitos acharam de mau gosto. A trama é previsível e sem profundidade, com personagens unidimensionais que dificultam a torcida. O ritmo ruim e a falta de momentos cômicos genuínos contribuem para a baixa pontuação, já que não cumpre a promessa de sua premissa.

7. House of the Dead: O Filme (2003) – 2.1/10 (39 mil avaliações)

Um grupo de estudantes universitários chega a uma ilha remota para uma festa, mas enfrenta criaturas zumbis criadas por um experimento antigo. Eles se refugiam em uma casa antiga para sobreviver. Baseado em um videogame, o filme não captura o apelo do material original, com uma trama desconexa e cenas de ação mal coreografadas.

Os efeitos especiais são fracos, e a inclusão de cenas aleatórias do jogo atrapalha o fluxo narrativo. Críticos e público criticaram a falta de originalidade e a execução descuidada, marcando-o como um ponto baixo nas adaptações de jogos.

8. O Filho do Máskara (2005) – 2.3/10 (61 mil avaliações)

A vida de um cartunista é virada de cabeça para baixo quando seu cachorro encontra uma máscara mágica, resultando no nascimento de um bebê caótico com superpoderes. O filme explora os desafios de criar uma criança em circunstâncias extraordinárias. Como sequência de “O Máskara”, decepciona os fãs pela falta do charme e energia do original.

O humor é forçado, e os efeitos especiais são datados, não capturando o tom excêntrico do antecessor. O foco no bebê como personagem central afastou o público, e o roteiro fraco não ajudou, resultando em uma sequência amplamente criticada.

9. Radhe (2021) – 1.8/10 (181 mil avaliações)

Um policial durão derruba um gângster temido e parte em busca de um criminoso secreto que controla o submundo da cidade, envolvendo-se em ações de alto risco para restaurar a ordem. Apesar do elenco estelar, o filme sofre com uma trama formulaica e sequências de ação exageradas que parecem repetitivas.

O diálogo é clichê, e os personagens carecem de profundidade, dificultando a conexão com o público. A edição ruim e a falta de coerência narrativa também prejudicam, com muitos considerando-o uma adição genérica ao gênero de ação.

10. Deu a Louca em Hollywood (2007) – 2.4/10 (111 mil avaliações)

Quatro órfãos embarcam em uma aventura maluca em uma paródia de filmes épicos, séries de TV e cultura de celebridades, enfrentando situações absurdas e referências exageradas à mídia contemporânea. O filme falha por depender de referências culturais preguiçosas e datadas, com uma abordagem desleixada ao humor.

O roteiro carece de inteligência, e as piadas são muitas vezes maldosas ou mal cronometradas, não gerando risadas. A ausência de uma história coerente e as atuações fracas tornam-no um filme esquecível no gênero de paródias, amplamente criticado por sua falta de criatividade.

E Branca de Neve (2025)? Por que não está na lista?

Você pode ter ouvido falar que o remake live-action de Branca de Neve (2025), da Disney, estrelado por Rachel Zegler, recebeu uma nota baixíssima (atualmente 1,6 com 337.000 avaliações). Então, por que ele não está no Bottom 100? A resposta está no fenômeno conhecido como review bombing. Esse filme enfrentou uma onda de avaliações negativas coordenadas, motivadas por controvérsias sobre mudanças na história, escolhas de elenco e reações a declarações da equipe. Essas campanhas de “hate” inflaram o número de notas 1, derrubando a média.

No entanto, o IMDb tem mecanismos para detectar avaliações suspeitas. Quando um filme sofre review bombing, o site pode ajustar a média ponderada ou desconsiderar votos que parecem manipulados, especialmente se não vierem de usuários regulares.

Além disso, Branca de Neve pode não ter atingido o critério de 10.000 votos válidos (após filtros como por exemplo identificar quem realmente assistiu o filme) ou pode estar em uma posição temporária, fora do Bottom 100, até que mais avaliações estabilizem sua nota.

Por fim, a lista Bottom 100 é dinâmica, e a ausência do filme pode refletir uma decisão editorial do IMDb para evitar destacar títulos sob ataque injusto. Em plataformas como o Rotten Tomatoes, que também ajustou políticas contra review bombing, Branca de Neve pode ter notas mais equilibradas, sugerindo que sua má reputação é amplificada por fatores externos.