Microsoft faz 50 anos! Relembre 9 produtos que foram marcantes na história da empresa

Em 4 de abril de 1975, dois jovens apaixonados por tecnologia fundaram uma pequena empresa para desenvolver software. Cinco décadas depois, essa mesma empresa se transformou em um dos maiores impérios tecnológicos do planeta, com valor de mercado superior a US$ 1 trilhão. A Microsoft completa hoje 50 anos de existência, carregando uma história que se confunde com a própria evolução da computação moderna.

Nascida do fascínio de Bill Gates e Paul Allen pelo computador Altair 8800, a Microsoft começou humilde em Albuquerque, Novo México, antes de se estabelecer em Redmond, Washington, onde mantém sua sede até hoje. Ao longo dessas cinco décadas, a empresa revolucionou setores como computação pessoal, produtividade, games e serviços na nuvem, colecionando sucessos, algumas falhas notáveis e uma capacidade impressionante de se reinventar.

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Com 228 mil funcionários espalhados pelo mundo, incluindo uma divisão brasileira ativa desde 1989, a trajetória da Microsoft foi marcada por apenas três CEOs em 50 anos: seu fundador Bill Gates, Steve Ballmer e, desde 2014, Satya Nadella. Cada um deles representou fases distintas para a companhia, que passou de dominadora do mercado de sistemas operacionais a uma empresa diversificada com forte presença em nuvem, entretenimento e serviços corporativos.

Para celebrar esse marco histórico, selecionamos os nove produtos e serviços mais emblemáticos da empresa que ajudaram a definir sua identidade e impacto no mundo. Conheça essas invenções que mudaram a forma como interagimos com a tecnologia.

MS-DOS: o começo de tudo

O início da ascensão da Microsoft como potência tecnológica tem nome e sobrenome: MS-DOS. Lançado em 1981 para equipar o revolucionário IBM PC, o Microsoft Disk Operating System não era uma criação original da empresa – na verdade, Gates e Allen licenciaram um software de uma pequena companhia e o modificaram antes de repassá-lo à IBM.

Funcionando exclusivamente através de comandos de texto, o MS-DOS se tornou o padrão da indústria de microcomputadores nos anos 1980. Sem interface gráfica ou operação intuitiva, exigia que o usuário memorizasse comandos específicos para executar qualquer tarefa. Ainda assim, seu sucesso comercial permitiu que a Microsoft ampliasse seu portfólio e investisse no próximo grande passo.

Windows: o sistema operacional mais usado do mundo

Em 1985, a Microsoft lançava o produto que se tornaria sinônimo de computação pessoal: o Windows. Inicialmente concebido como uma evolução gráfica do MS-DOS, o sistema trouxe a interface de usuário com janelas, ícones e a possibilidade de usar mouse – elementos que hoje parecem básicos, mas que na época representaram uma verdadeira revolução.

Foi com o Windows 95, no entanto, que a plataforma atingiu um patamar de fenômeno cultural. Com filas em lojas e campanhas de marketing massivas, esse lançamento consolidou a Microsoft como gigante do setor. Mesmo com tropeços em algumas versões polêmicas como o Windows Me e o Windows 8, o sistema operacional mantém hoje aproximadamente 70% do mercado global de desktops, quase o triplo da participação da Apple.

A longevidade do Windows se explica por sua constante evolução – do comando de voz à integração com inteligência artificial, a plataforma segue sendo a principal porta de entrada da empresa nos computadores pessoais em todo o mundo.

Office: o pacote que é sinônimo de documentos, planilhas e apresentações

Curiosamente, o pacote de aplicativos mais famoso da Microsoft surgiu primeiro para computadores da concorrente. Em 1989, o The Microsoft Office foi lançado exclusivamente para o Macintosh da Apple, chegando ao Windows apenas no ano seguinte. A suíte reunia programas que já existiam separadamente: Word (textos), Excel (planilhas) e PowerPoint (apresentações).

A estratégia de vender essas ferramentas em conjunto foi certeira, e não demorou para que esses aplicativos se tornassem praticamente sinônimos de suas categorias. Quem não recebeu ou enviou um “Word” em vez de um “documento de texto”? Ou um “PowerPoint” no lugar de uma “apresentação”?

Hoje renomeado como Microsoft 365, o pacote evoluiu para um modelo de assinatura baseado em nuvem, com aplicativos integrados e recursos de colaboração em tempo real que ampliam suas funcionalidades originais. A adição de ferramentas de IA completa a modernização de um produto que definiu o conceito de produtividade digital.

Outlook/Hotmail: eu sei que você já teve um e-mail Hotmail

Quem navegou pela internet nos anos 1990 e início dos 2000 provavelmente teve um endereço “@hotmail.com”. Adquirido pela Microsoft em 1997, o Hotmail foi um dos primeiros serviços de email acessíveis para o público geral, tornando-se um verdadeiro fenômeno antes da popularização do Gmail.

Em 2013, a empresa evoluiu o serviço para o Outlook.com, integrando-o a outras plataformas como calendário e aplicativos de produtividade. Atualmente, o Outlook funciona como hub de comunicação empresarial, conectando-se ao Teams e outros serviços de colaboração da Microsoft.

Internet Explorer: o navegador que dominou a web

Impossível falar da Microsoft sem mencionar o Internet Explorer, o navegador que por anos foi praticamente sinônimo de internet para muitos usuários. Lançado em 1995, ele rapidamente superou o então líder Netscape Navigator, chegando a deter impressionantes 95% do mercado de navegadores.

Esse domínio não veio sem controvérsias. A prática de integrar o IE ao Windows levou a problemas com órgãos antitruste, enquanto a lenta evolução do programa abriu espaço para concorrentes como Firefox e Chrome. A queda de popularidade levou a Microsoft a substituí-lo pelo Edge em 2015, hoje baseado no mesmo motor do Chrome.

MSN Messenger: o chat que conectou uma geração

Poucos produtos da Microsoft capturaram tanto o zeitgeist de uma era quanto o MSN Messenger. Lançado em 1999, o programa de mensagens instantâneas se tornou febre mundial, especialmente no Brasil, onde suas funcionalidades marcaram a cultura digital dos anos 2000.

O “chacoalhão” para chamar atenção, os status personalizados, os emojis, a possibilidade de jogar jogos simples com amigos e o infame “aparecer offline” faziam parte do cotidiano online de milhões de usuários. No auge, o serviço contava com mais de 330 milhões de usuários ativos mensalmente.

Posteriormente rebatizado como Windows Live Messenger, o programa foi descontinuado em 2013, quando a Microsoft transferiu seus usuários para o Skype, outro serviço que havia adquirido. Uma decisão que, apesar de pragmática do ponto de vista empresarial, encerrou um capítulo importante da sociabilidade digital.

Windows Phone: a ambição que (infelizmente) não se concretizou

Nem tudo foram sucessos na trajetória da Microsoft. O Windows Phone, lançado em 2010, representou a tentativa da empresa de competir no mercado de smartphones dominado por Google (Android) e Apple (iOS). Com uma interface diferenciada baseada em “tiles” (blocos dinâmicos), o sistema operacional móvel chegou a ter boa aceitação no Brasil, mas nunca alcançou a escala global necessária para ameaçar os concorrentes.

A aquisição da divisão mobile da Nokia em 2014, após anos de parceria, não foi suficiente para reverter o cenário. Gradualmente, a Microsoft foi abandonando esse segmento, com o Windows 10 Mobile de 2015 sendo a última versão lançada, mesmo ano do lançamento final da linha Lumia.

Este episódio mostra como nem mesmo gigantes como a Microsoft estão imunes a fracassos estratégicos, especialmente em mercados altamente competitivos como o de smartphones.

Xbox: disputando também no universo dos games

Em 2001, poucos apostavam que a Microsoft conseguiria desafiar a dominância de Sony e Nintendo no mercado de consoles. O primeiro Xbox chegou discretamente, mas estabeleceu as bases para uma das divisões mais bem-sucedidas da empresa atualmente.

Foi com o Xbox 360, seu sucessor, que a plataforma realmente decolou, superando problemas técnicos iniciais (o famoso “anel vermelho da morte”) para se tornar um fenômeno comercial global. A franquia Halo, exclusiva da plataforma, ajudou a consolidar sua presença no mercado.

Hoje, a divisão Xbox vai muito além dos consoles Series S e Series X. O Game Pass, serviço de assinatura que permite acessar um catálogo de jogos (inclusive via nuvem), revolucionou o modelo de negócios da indústria. Com aquisições bilionárias de estúdios como Bethesda (criadora de Fallout e Elder Scrolls), Mojang (desenvolvedora de Minecraft) e a gigantesca Activision Blizzard (responsável por Call of Duty e World of Warcraft), a Microsoft se consolidou como uma das maiores forças no mundo dos videogames.

Azure: o futuro na nuvem

Se existe um símbolo da transformação da Microsoft sob a liderança de Satya Nadella, é a Azure. Apresentada em 2008 e lançada oficialmente em 2010, a plataforma de computação em nuvem da empresa evoluiu para se tornar uma das principais fontes de receita do grupo e um concorrente direto da AWS da Amazon.

Com mais de 300 datacenters espalhados pelo mundo, a Azure oferece soluções de infraestrutura, análise de dados, desenvolvimento de aplicativos, segurança e, mais recentemente, recursos de IA para empresas de todos os portes. A aposta na nuvem reposicionou a Microsoft como uma empresa de soluções empresariais modernas, além de fornecer a base para o futuro de todos os seus produtos.

Menções honrosas

Além dos nove produtos principais, a Microsoft desenvolveu ou adquiriu diversas outras tecnologias significativas ao longo de sua história:

• Bing: o buscador que ganhou relevância com a integração de IA
• Copilot: o assistente de IA integrado ao Windows e outros produtos
• GitHub: a plataforma de desenvolvimento colaborativo adquirida em 2018
• HoloLens: o dispositivo de realidade mista que, apesar de descontinuado, ajudou a avançar o campo
• IntelliMouse: a linha de mouses que inovou em ergonomia e funcionalidades
• Kinect: o sensor de movimento que permitia controlar jogos com o corpo
• LinkedIn: a rede social profissional comprada em 2016
• Paint: o simples programa de desenho que faz parte do Windows há décadas
• Skype: o serviço de comunicação adquirido em 2011
• Surface: a linha de dispositivos premium fabricados pela própria Microsoft
• Teams: a plataforma de comunicação e colaboração empresarial
• Visual Studio: o ambiente de desenvolvimento usado por programadores em todo o mundo

Uma jornada de meio século

Cinquenta anos depois de sua fundação, a Microsoft segue como uma das empresas mais influentes do planeta. De uma pequena desenvolvedora de software para o Altair 8800 a um conglomerado diversificado de tecnologia, sua trajetória reflete a própria evolução da era digital.

A capacidade de adaptação talvez seja seu maior trunfo. Após dominar a era dos PCs com Windows e Office, a empresa soube se reinventar para a era da nuvem, dos serviços por assinatura e da inteligência artificial. Sob a liderança de Nadella, a Microsoft abandonou antigas rivalidades (como com Linux e Apple) para adotar uma abordagem mais aberta e colaborativa.

Qual foi o produto da Microsoft que mais impactou sua vida? Você ainda usa algum software clássico da empresa? Compartilhe suas memórias e opiniões nos comentários e nas redes sociais!