
James Cameron afirma que a IA pode ser a única saída para manter filmes com orçamentos milionários viáveis
Mesmo com sucessos de bilheteria ainda pipocando de tempos em tempos, a verdade é que o cinema tradicional está passando por um momento delicado. O hábito de ir ao cinema perdeu força – e a pandemia só piorou essa tendência. Para filmes com orçamentos gigantescos, essa mudança é especialmente perigosa. E é aí que entra a inteligência artificial.
A IA como saída para manter superproduções vivas
James Cameron, diretor de sucessos como Titanic e Avatar, afirmou recentemente que a única maneira de continuar produzindo filmes em grande escala é usando a IA como aliada. Segundo ele, a tecnologia pode ajudar a reduzir drasticamente os custos, especialmente na fase de pós-produção e efeitos visuais – sem cortar empregos.
Cameron deixa claro que a ideia não é demitir metade da equipe de efeitos visuais, mas sim acelerar o processo criativo. “Trata-se de dobrar a velocidade de finalização de uma cena para que o ciclo de produção seja mais rápido”, afirmou em entrevista ao podcast Boz to the Future.
A visão de Cameron: IA sim, mas com responsabilidade
Essa não é a primeira vez que Cameron fala sobre o impacto da tecnologia no cinema. Há dois anos, ele dizia não estar interessado em deixar a IA escrever roteiros por ele. Mas agora, com o avanço das ferramentas generativas, o diretor passou a ver com outros olhos o potencial da tecnologia – principalmente em áreas onde é possível ganhar tempo e eficiência sem afetar a criatividade humana.
Hoje, ele faz parte da Stability AI, uma das empresas que lideram o desenvolvimento de IA generativa. Para ele, o uso de inteligência artificial será essencial para que filmes como Duna, Avatar e outros grandes épicos com efeitos de ponta consigam continuar existindo com orçamentos viáveis.
Hollywood ainda resiste à IA
Apesar da visão otimista de Cameron, o uso de IA em Hollywood ainda divide opiniões. Grandes nomes como Hayao Miyazaki, Guillermo del Toro e Dakota Johnson já se manifestaram contra o uso da tecnologia em produções cinematográficas. A recente greve de roteiristas e atores nos EUA teve como um de seus principais focos justamente o uso da IA na criação de conteúdo.
Até mesmo no Oscar, o tema virou debate: o filme The Brutalist usou IA para ajustar o sotaque húngaro de Adrien Brody e Felicity Jones, o que gerou discussões sobre os limites éticos e criativos da tecnologia.
O medo real de Cameron: a AGI nas mãos erradas
Por mais que Cameron veja a IA como uma ferramenta poderosa no cinema, ele não esconde sua preocupação com o futuro. Em sua participação na SCSP AI+Robotics Summit, o diretor foi direto: “A IA me assusta mais que o próprio ‘Exterminador do Futuro’.”
O motivo? A chamada AGI (Inteligência Artificial Geral) que seria capaz de pensar, aprender e tomar decisões como um ser humano. Segundo ele, o maior risco está no fato de essa tecnologia estar sendo desenvolvida por grandes corporações com acesso a bilhões de dados pessoais, como Google, Meta, Amazon e Microsoft.
“Ela não vai sair de laboratórios secretos do governo. Vai sair das mãos de empresas que já têm imenso poder sobre os nossos dados”, alertou Cameron.
Atualmente, Cameron está trabalhando das novas sequências de Avatar. O próximo filme da saga, Avatar: Fogo e Cinzas, chega aos cinemas em 19 de dezembro. As continuações Avatar 4 e Avatar 5 já estão programadas para 2029 e 2031, respectivamente. Tudo indica que, até lá, a IA será parte essencial da jornada visual de Pandora.
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