Imagens da Turma da Mônica gerada no ChatGPT viralizam, mas MSP está furiosa: “Não autorizamos”

Imagens da Turma da Mônica gerada no ChatGPT viralizam, mas MSP está furiosa: “Não autorizamos”

Imagens no estilo das tirinhas da Turma da Mônica criadas por inteligência artificial começaram a circular nas redes sociais nos últimos dias. A nova trend, que explodiu depois de versões no estilo do Studio Ghibli, agora mira os personagens clássicos de Mauricio de Sousa.

Mas a Mauricio de Sousa Produções (MSP) reagiu rapidamente. Em comunicado divulgado nesta quarta-feira (9), o estúdio deixou claro: não autorizou o uso do estilo visual da Turma da Mônica em conteúdos gerados por IA.

Trend com ChatGPT usa estilo da Turma da Mônica

A onda começou quando usuários passaram a usar o ChatGPT, e a capacidade do novo gerador de imagens da plataforma, para criar tirinhas no estilo da MSP. As ilustrações imitam o traço dos personagens como Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão, aproveitando o apelo emocional e nostálgico do público.

O problema? Essas imagens foram feitas sem autorização — e, em alguns casos, associadas a conteúdos que a empresa não quer que seus personagens estejam atrelados.

MSP reforça proteção dos direitos autorais

Em nota oficial, a Mauricio de Sousa Produções afirmou que acompanha com atenção o debate sobre o uso de IA na cultura pop, mas rejeita qualquer reprodução não autorizada de seus personagens e estilo artístico.

“O uso de qualquer elemento relacionado aos personagens está protegido por leis de direito autoral e propriedade intelectual. Não autorizamos a criação de conteúdos que violem esses direitos”, diz o comunicado.

A empresa ainda se posicionou contra qualquer associação de seus personagens com discursos de ódio, desinformação ou conteúdos que não reflitam os valores da marca.

IA imita, mas não substitui

A MSP reconhece que a inteligência artificial pode ser uma ferramenta de experimentação criativa. Mas faz uma ressalva: ela não substitui a criação artística feita por humanos.

“Quando tenta reproduzir o traço da Turma da Mônica, a IA apenas ecoa, de forma limitada, uma linguagem visual única, construída ao longo de décadas”, destacou o estúdio.

Polêmicas envolveram até 11 de Setembro e Lil Peep

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Algumas imagens criadas com IA foram além da simples imitação. Uma das tirinhas ironizava os atentados de 11 de setembro de 2001. Outra fazia piada com a morte do rapper Lil Peep, que faleceu de overdose em 2017. A repercussão foi negativa e aumentou a pressão para que a MSP se posicionasse publicamente.

Studio Ghibli também foi alvo

Essa não é a primeira vez que uma franquia famosa é usada como base para IA. No mês passado, versões no estilo do Studio Ghibli, responsável por clássicos como A Viagem de Chihiro e Meu Amigo Totoro, também viralizaram. Assim como a MSP, o estúdio japonês não autorizou o uso de sua estética em conteúdos gerados por inteligência artificial.

Mauricio de Sousa e Henfil já foram usados como “treinamento” de IA

Essa discussão já vem de antes. Em maio de 2024, uma reportagem do Estadão revelou que nomes como Mauricio de Sousa e Henfil estavam entre os 16 mil artistas usados como base de dados para treinar IAs como o Midjourney — tudo sem permissão.

O caso gerou reações do setor artístico. José Alberto Lovetro, o Jal, desenhista e assessor de Mauricio, afirmou que os advogados da MSP estavam acompanhando o tema, aguardando uma regulamentação mais clara no Brasil.

PL 2338: a esperança por regulamentação

Enquanto isso, o debate sobre os direitos autorais no uso de inteligência artificial avança no Congresso. O PL 2338, já aprovado no Senado e em tramitação na Câmara dos Deputados, propõe que plataformas de IA tenham transparência sobre suas fontes de treinamento e estabelece regras claras para uso de conteúdos autorais.

A proposta também busca proteger publicações jornalísticas e científicas do uso indevido de suas criações por IAs.

O que você acha sobre o tema? Comente abaixo.

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