Data centers chineses desmontam e revendem placas RTX 4090D como novas por até US$ 5500

Data centers chineses desmontam e revendem placas RTX 4090D como novas por até US$ 5500

Empresas na China que investiram pesado em inteligência artificial agora enfrentam um problema: excesso de placas de vídeo paradas. De acordo com o site DigiTimes Asia, alguns data centers estão com grandes estoques de GPUs GeForce RTX 4090D com 48 GB, uma versão feita especialmente para o mercado chinês.

Essas placas, que custaram caro no auge da corrida por IA, estão sendo desmontadas, reformadas e revendidas como se fossem novas. A prática não é oficial, mas vem ganhando força como forma de amenizar prejuízos causados pela baixa demanda atual.

Usar ou vender? A conta não fecha

O cenário atual mostra que alugar essas GPUs para projetos de IA deixou de ser uma opção viável. Para que um centro de dados especializado em IA gere lucro, é preciso que as GPUs fiquem ocupadas mais de 70% do tempo. Só que hoje, esse uso está abaixo de 20%. Ou seja: placas paradas, sem retorno financeiro.

Diante disso, algumas empresas preferem vender as RTX 4090D como forma de gerar caixa mais rapidamente. Segundo fontes do setor, é possível lucrar várias vezes mais revendendo o hardware do que alugando-o, o que exigiria entre 3 a 5 anos para cobrir o investimento inicial.

Preços altos mesmo sendo hardware de segunda mão

Apesar de usadas, as RTX 4090D estão sendo oferecidas por valores altos: entre 20 mil e 40 mil yuans, algo em torno de US$ 2.735 a US$ 5.470 na cotação atual. O modelo em questão é uma versão modificada, com o dobro da memória das RTX 4090 convencionais, o que justifica parte desse valor.

Em alguns casos, as placas nem chegaram a ser utilizadas plenamente. Ainda assim, é comum que elas apresentem sistemas de resfriamento customizados. Na China, é prática comum substituir os coolers padrão por sistemas de refrigeração com ventoinhas do tipo turbina, mais barulhentos e menos eficientes, mas que se adaptam melhor ao uso em racks de servidores.

Placas de “segunda mão”, mas com preço de lançamento

Essas GPUs, muitas vezes customizadas com sistemas de resfriamento do tipo turbina para uso em servidores, podem ter ficado boa parte do tempo desligadas. No entanto, são vendidas como “novas”, o que levanta discussões sobre transparência na revenda desses produtos.

Demanda em queda e incertezas no horizonte

O mais curioso é que esse movimento de venda acontece em um momento delicado. A NVIDIA teve seus chips aceleradores H20 recentemente proibidos para exportação aos chineses pelas autoridades dos EUA. E a GeForce RTX 5090D pode ser a próxima da lista. Embora ainda não haja uma proibição oficial, a NVIDIA já começou a limitar os envios desses chips aos seus parceiros na China.

Com a pressão regulatória e a diminuição do uso prático das GPUs para IA, grandes centros de dados estão tentando recuperar parte dos investimentos vendendo o que puderem, mesmo que isso signifique se desfazer de placas de vídeo topo de linha.

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