Cientistas sul-coreanos estão desenvolvendo bateria que pode durar milhares de anos sem recarga
Cientistas sul-coreanos estão desenvolvendo bateria que pode durar milhares de anos sem recarga
Parece ficção científica, mas pesquisadores da DGIST (Daegu Gyeongbuk Institute of Science & Technology), da Coreia do Sul, estão trabalhando em algo que pode revolucionar a forma como usamos energia: baterias nucleares em miniatura que duram décadas — ou até séculos — sem precisar de recarga.
Energia vinda de lixo nuclear
A ideia é transformar um subproduto de usinas nucleares em fonte de energia. O material usado é o carbono-14, uma forma radioativa do carbono que emite partículas beta. Essas partículas podem ser convertidas em eletricidade de forma contínua, criando uma bateria praticamente eterna.
O que torna isso ainda mais interessante é que o carbono-14 é gerado em usinas nucleares, o que o torna barato e abundante. Em vez de ser descartado, ele poderia abastecer nossos dispositivos por anos — sem precisar de nenhuma tomada.
Como isso funciona?
A tecnologia funciona assim: as partículas beta emitidas pelo carbono-14 atingem um semicondutor à base de dióxido de titânio. Esse impacto gera o que os cientistas chamam de “avalanche de elétrons”, liberando energia elétrica. A radiação beta, vale lembrar, pode ser facilmente isolada com uma fina camada de alumínio, sem risco para o usuário.
Com essa abordagem, seria possível alimentar desde smartphones e notebooks até marca-passos e carros elétricos, tudo sem a necessidade de recarga constante.
Melhor que lítio?
As baterias de lítio chegaram perto do seu limite. Além da degradação com o tempo, elas dependem de um elemento raro, cuja extração é poluente, cara e demanda muita água. Por isso, encontrar uma alternativa mais limpa, durável e sustentável se tornou uma prioridade para pesquisadores do mundo todo.
É aí que a proposta da DGIST brilha: transformar resíduos nucleares em energia limpa, duradoura e segura.
Ainda é cedo, mas promissor
Por enquanto, a eficiência dessas baterias nucleares ainda é baixa — entre 0,48% e 2,86%. Mas os cientistas já estão trabalhando em otimizações, como ajustar o formato do emissor e melhorar os materiais que absorvem a radiação beta.
Se os avanços continuarem, essa pode ser a próxima grande revolução energética.
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