China impõe novas restrições à exportação de metais raros e afeta setor de tecnologia

China impõe novas restrições à exportação de metais raros e afeta setor de tecnologia

A tensão entre China e Estados Unidos voltou a esquentar. Agora, Pequim decidiu impor novas restrições à exportação de metais raros, afetando diretamente a indústria global de tecnologia, informa o The Wall Street Journal. A medida é uma resposta aos sucessivos aumentos de tarifas sobre produtos chineses promovidos pelos EUA, especialmente desde o governo Trump.

Empresas de tecnologia já estavam tentando contornar os impactos das tarifas migrando parte de suas operações para países vizinhos, como Vietnã e Tailândia. No entanto, essas regiões também estão sendo atingidas por novas taxas, com tarifas que chegam a 54% para produtos chineses.

Exportações de metais raros na mira

fe5c38064cdab2911445fe98f7226a47

Dessa vez, a China restringiu a saída de elementos cruciais para a fabricação de componentes eletrônicos e produtos de alta tecnologia.

  • Samário;
  • Gadolínio;
  • Térbio;
  • Disprósio;
  • Lutécio;
  • Escândio;
  • Itrio.

Para exportar qualquer um desses metais, as empresas agora precisam de licença do Ministério da Economia chinês, informando o comprador final e o uso pretendido do material. O objetivo claro é controlar o fluxo estratégico de matérias-primas.

Como esses metais impactam a tecnologia

A importância desses metais vai muito além do nome complicado:

  • Escândio: usado em módulos de rádio frequência de smartphones, Wi-Fi e estações base de telecom.

  • Disprósio: essencial na fabricação de cabeçotes de HDs e em motores de carros elétricos.

Essa nova regulamentação pode gerar atrasos e gargalos na cadeia de suprimentos de empresas como Broadcom, GlobalFoundries, Qualcomm, TSMC, Samsung, Seagate e Western Digital.

Terceira rodada de restrições em menos de um ano

Essa não é a primeira vez que a China usa os metais raros como ferramenta geopolítica. Nos últimos meses, outros elementos importantes para a indústria de chips — como gálio, germânio, antimônio, tungstênio, índio, molibdênio, bismuto e telúrio — também passaram por restrições de exportação.

A estratégia da China parece clara: usar sua liderança no fornecimento desses materiais para pressionar o Ocidente, especialmente em setores como o de semicondutores.

Indústria corre contra o tempo para reduzir dependência

Apesar da pressão, especialistas apontam que essa movimentação pode acelerar a busca por novas fontes de metais raros e estimular a construção de cadeias de suprimento alternativas fora do território chinês.

Se o setor conseguir se adaptar, a dependência da China tende a diminuir nos próximos anos — mas, até lá, a incerteza permanece, e os impactos sobre os custos e prazos de produção podem ser significativos.

Em comunicado oficial, a China diz que não há vencedores em guerras comerciais, e não há saída para o protecionismo. “A China pede que os EUA levantem imediatamente as tarifas unilaterais e resolvam adequadamente as diferenças com seus parceiros comerciais por meio de um diálogo igualitário”, destaca a nota.

Você também deve ler!

Apple encheu 5 aviões com iPhones e os enviou da Índia até os EUA antes do tarifaço de Trump

Leave A Comment

You must be logged in to post a comment.

Back to Top