China aumenta tarifas sobre produtos dos EUA para 125% e diz que Trump se tornará uma piada na história da economia mundial
O governo chinês confirmou nesta sexta-feira (11) que vai elevar as tarifas sobre produtos importados dos Estados Unidos de 84% para 125% a partir deste sábado. A medida é uma resposta direta ao aumento anunciado pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que elevou os impostos sobre produtos chineses para 145%.
Pequim deixou claro que não pretende subir os impostos novamente, já que, segundo autoridades chinesas, os níveis atuais já inviabilizam as exportações americanas para o mercado chinês. “Não existe aceitação no mercado para as mercadorias dos EUA com esses valores tarifários”, afirmou o Ministério das Finanças da China.
Trump acusa China de incentivar tráfico de fentanil
Trump justificou a nova alta nos impostos afirmando que o Partido Comunista Chinês estaria incentivando a exportação de fentanil e derivados, drogas altamente potentes e ilegais nos EUA. O presidente americano também anunciou uma série de outras medidas:
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Artigos com valor abaixo de 800 dólares terão tarifas elevadas de 90% para 120% em 2 de maio.
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O custo “por item postal” subirá para 100 dólares nessa mesma data, e depois para 200 dólares em 1º de junho.
China endurece o discurso, mas não pretende subir mais
Apesar da resposta firme, o governo chinês afirmou que não haverá novas elevações tarifárias, mesmo que os EUA continuem escalando a disputa. “Se Washington insistir em infligir danos substanciais, responderemos até o fim”, afirmou o Comitê de Arrecadação Aduaneira do país.
Ainda assim, o tom mudou em relação às rodadas anteriores de retaliação. Pequim não anunciou novas sanções a empresas americanas e afirmou estar aberta a negociações “em pé de igualdade”
Impacto imediato nas bolsas
O anúncio derrubou os mercados. O índice Nikkei do Japão caiu quase 3%, e as bolsas da Europa operavam em queda no fim da manhã desta sexta. Em Londres, a exceção foi a valorização após dados positivos do crescimento econômico britânico. Na quinta, os mercados americanos e o Ibovespa fecharam o dia em forte queda.
Guerra comercial pode afetar empregos e crescimento
Analistas alertam que a nova escalada pode gerar impactos severos nas economias dos dois países. A Goldman Sachs, por exemplo, revisou a projeção de crescimento do PIB chinês para 4%, considerando o peso da guerra comercial e o desaquecimento global.
Estima-se que até 20 milhões de trabalhadores chineses estejam ligados ao setor de exportações para os EUA — o que coloca ainda mais pressão sobre o governo de Xi Jinping.
Xi Jinping: “Ninguém vence uma guerra tarifária”
Durante encontro com o primeiro-ministro da Espanha, Pedro Sánchez, o presidente Xi Jinping reforçou que uma guerra de tarifas é prejudicial para todos. “Ir contra o mundo só levará ao isolamento”, afirmou. O governo chinês também afirmou que a política comercial dos EUA colocará Trump como uma piada na história da economia mundial.
Recentemente, a China também impôs novas restrições à exportação de metais raros que são cruciais para o mercado de tecnologia. Dentre eles estão o escândio, usado em módulos de rádio frequência de smartphones, Wi-Fi e estações base de telecom e o disprósio, essencial na fabricação de cabeçotes de HDs e em motores de carros elétricos.
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