CEO da Shopify exige prova de que IA não consegue executar trabalho antes de aprovar contratações

O CEO da Shopify, Tobi Lütke, implementou uma política no mínimo polêmica dentro da empresa: funcionários precisam comprovar que a inteligência artificial não consegue executar determinado trabalho antes de solicitar contratações adicionais. A medida foi anunciada através de um memorando interno posteriormente compartilhado por Lütke em sua conta na rede social X.

No comunicado, Lütke estabeleceu que existe uma “expectativa fundamental” de que todos os colaboradores estejam utilizando IA em suas atividades diárias. Segundo o executivo, a tecnologia funciona como um “multiplicador” de produtividade para aqueles que a incorporaram em suas rotinas.

Você também pode gostar dos artigos abaixo:

IA já é melhor que humanos em criar histórias, diz Harari

Nova Reel, Ia de geração de vídeos da Amazon, agora cria vídeos de até 2 minutos e ganha novos recursos

“Antes de pedir mais pessoas ou recursos, as equipes devem demonstrar por que não conseguem alcançar seus objetivos com o uso de inteligência artificial“, afirmou o CEO no documento. Ele incentiva os funcionários a questionarem: “Como seria essa área se agentes autônomos de IA já fizessem parte do time?”

A Shopify, plataforma de comércio eletrônico que oferece software para gerenciamento de vendas online, já incorporou ferramentas de IA em seus produtos, incluindo um chatbot chamado Sidekick e um conjunto de recursos de automação denominado “Shopify Magic”.

Essa abordagem reflete uma tendência crescente no setor de tecnologia, onde empresas investem bilhões em desenvolvimento de IA enquanto buscam otimizar custos em outras áreas, seja descontinuando projetos deficitários ou por meio de demissões. Apenas em 2024, aproximadamente 152.000 posições foram eliminadas em 549 empresas de tecnologia, conforme dados do site Layoffs.fyi.

A Shopify já passou por reestruturações significativas nos últimos anos. O quadro total de funcionários caiu para 8.100 no final de dezembro, contra 8.300 no ano anterior. A empresa canadense eliminou 14% de sua força de trabalho em 2022 e outros 20% no ano seguinte.

Em evento para investidores no mês passado, Jeff Homeister, CFO da Shopify, indicou que a empresa pode “manter o quadro de funcionários relativamente estável”, embora os custos relacionados possam variar devido a diferenças salariais. Ele observou que “um engenheiro de IA de alto nível e alta remuneração” pode elevar os custos de compensação mesmo quando o número de funcionários permanece inalterado.

O movimento da Shopify levanta questões importantes sobre o futuro do trabalho na era da automação e da inteligência artificial. Enquanto alguns observadores consideram a medida ousada e alinhada com a evolução tecnológica, outros expressam preocupações éticas sobre possíveis excessos e riscos de desumanização nas relações de trabalho.

Para Lütke, a abordagem deve estimular projetos mais criativos, com melhor aproveitamento das capacidades atuais das ferramentas. A fase de prototipagem, por exemplo, deve obrigatoriamente envolver a exploração com IA, reduzindo o tempo necessário para transformar ideias em produtos testáveis. O CEO deixa claro que essa regra vale para todos na empresa, incluindo ele próprio e outros executivos.

O que você acha dessa nova política? A abordagem da Shopify representa o futuro inevitável das empresas ou vai longe demais? Compartilhe sua opinião nos comentários.

Fonte: CNBC