5 processadores da Intel que decepcionaram geral

5 processadores da Intel que decepcionaram geral

A Intel é sinônimo de inovação em processadores, entregando CPUs que frequentemente dominam listas dos melhores para desktops, servidores e workstations. Modelos como o Core i9-13900K já conquistaram o topo em desempenho, marcando uma retomada impressionante após anos de dificuldades tecnológicas.

Mas nem tudo na história da Intel é motivo de orgulho. Ao longo das décadas, a empresa lançou processadores que, por erros estratégicos, falhas técnicas ou falta de competitividade, decepcionaram usuários, críticos e até o mercado. Aqui estão cinco CPUs da Intel que ficaram marcadas como grandes fiascos.

Leia também:

Intel planeja desafiar a NVIDIA com estratégia própria de IA
Problemas na fabricação de CPUs agravam momento delicado da Intel

Pentium 4 (2000-2005): A Corrida pelos GHz que Derrapou

Intel Pentium 4

No início dos anos 2000, a Intel apostou tudo na arquitetura NetBurst do Pentium 4, focando em alcançar clocks altíssimos. A ideia era simples: CPUs mais rápidas vencem. Enquanto a AMD lançou o primeiro chip de 1 GHz em 2000, a Intel respondeu com o Pentium 4 a 1,5 GHz no mesmo ano, chegando a 2 GHz em 2001 e 3 GHz em 2002. O plano era ambicioso, com promessas de um chip de 4 GHz em 2005 e até 10 GHz no futuro. Mas tudo desmoronou.

Para atingir essas frequências, a Intel alongou o pipeline do NetBurst, sacrificando a eficiência (instruções por ciclo, ou IPC). Isso deixou o Pentium 4 menos eficiente que CPUs mais antigas da própria Intel e os chips Athlon da AMD. Quando a Lei de Dennard (que previa aumento de frequência sem maior consumo de energia) parou de funcionar, a Intel não conseguiu entregar os 4 GHz prometidos, cancelando o projeto. Em 2004, a AMD assumiu a liderança, e a Intel abandonou o NetBurst, voltando a focar em eficiência. O Pentium 4 é lembrado como um exemplo clássico de ambição desenfreada.

Itanium (2001-2020): O Sonho 64-Bit que Virou Pesadelo

Intel Itanium

Enquanto desenvolvia o Pentium 4, a Intel também mirava o mercado de servidores com o Itanium, baseado na nova arquitetura IA-64, criada em parceria com a HP. A ideia era revolucionar com processadores 64-bit, deixando para trás a arquitetura x86 de 32-bit usada por Intel e AMD. Planejado para 1999, o Itanium atrasou até 2001, com custos altíssimos e desempenho abaixo do esperado. Seu único trunfo era o suporte 64-bit – mas havia um problema gigante: ele não rodava software x86 sem reescrever tudo do zero.

Em 2003, a AMD lançou o Opteron com a arquitetura AMD64, uma versão 64-bit do x86 que mantinha compatibilidade com softwares existentes. Gigantes como Microsoft adotaram o AMD64, e o Itanium perdeu terreno. A Intel tentou manter o Itanium vivo com os chips Xeon (baseados em AMD64), mas o projeto continuou sangrando recursos até ser descontinuado em 2020, após disputas judiciais com empresas como Oracle. O Itanium é um lembrete doloroso de como escolhas erradas podem custar caro.

Core i7-7700K (2017): Quando a Intel Parou de Inovar

Intel Core i7-7700K

Após o desastre do NetBurst, a Intel voltou aos trilhos com a arquitetura Core, que trouxe equilíbrio entre eficiência e frequência. CPUs como o Core 2 Duo e o Sandy Bridge (2011) esmagaram a concorrência da AMD. Mas, sem pressão competitiva, a Intel estagnou, seguindo o modelo “tick-tock” (novo processo de fabricação seguido de nova arquitetura) sem grandes avanços. O resultado foi a sétima geração Kaby Lake, lançada em 2017, que nem era um “tick” nem um “tock”, mas uma “otimização” – basicamente CPUs da geração anterior com clocks ligeiramente mais altos.

O Core i7-7700K foi o símbolo dessa preguiça. Era, essencialmente, um Core i7-6700K com alguns MHz a mais, sem melhorias significativas. Críticos, como o site PCGamesN, chamaram-no de “deprimente”. A AMD contra-atacou meses depois com os Ryzen 1000, que superaram o 7700K em tarefas multi-core pelo mesmo preço. A Intel correu para lançar a oitava geração no mesmo ano, tornando o Kaby Lake obsoleto em meses. O 7700K é um exemplo de como a falta de competição pode levar à complacência.

Core i3-8121U (2018): O Fracasso Silencioso do 10nm

Intel NUC i3-8121U

A Intel planejava revolucionar com o processo de fabricação 10nm, prometendo quase três vezes a densidade do 14nm e maior eficiência. Previsto para 2015, o projeto atrasou repetidamente, forçando a Intel a lançar várias gerações de CPUs 14nm. Quando finalmente chegou, em 2018, o Core i3-8121U, baseado na arquitetura Cannon Lake, foi uma decepção. Em vez de liderar uma nova era, ele marcou o fim da supremacia tecnológica da Intel.

O 10nm estava tão problemático que o i3-8121U era um chip dual-core minúsculo, com gráficos integrados desativados (provavelmente por defeitos). Comparado aos chips 14nm da mesma época, ele era fraco e irrelevante. A Intel parece até querer esquecer esse capítulo: enquanto mantém páginas de outros CPUs no site, a seção de CPUs Cannon Lake 10nm foi discretamente removida. O i3-8121U é um lembrete de que ambição sem execução pode ser fatal.

Core i9-11900K (2021): Um Carro-Chefe que Não Decolou

Intel Core i9-11900K

Com o 10nm travado, a Intel continuou espremendo o 14nm por anos, adicionando mais núcleos, mas com ganhos de frequência cada vez menores e consumo de energia disparando. Em 2020, o Core i9-10900K (10ª geração, 14nm) já perdia para o Ryzen 9 3900X da AMD, que usava 7nm e tinha PCIe 4.0. Para contra-atacar, a Intel decidiu adaptar a arquitetura Ice Lake (feita para 10nm) ao 14nm, criando a 11ª geração Rocket Lake, com 19% mais IPC.

O Core i9-11900K, carro-chefe da Rocket Lake, foi um desastre. Com apenas oito núcleos (menos que os 10 do 10900K), um die enorme de 276 mm² e consumo de energia elevado, ele mal competia com o Ryzen 7 5800X, mais barato, e perdia para o próprio 10900K em tarefas multi-core. Custando US$539, era caro e tecnologicamente atrasado, sem justificar o investimento em uma nova arquitetura. Aparentemente, seu maior propósito era trazer PCIe 4.0 para desktops Intel. O 11900K é um exemplo de como decisões apressadas podem piorar uma situação já complicada.

 

Leave A Comment

You must be logged in to post a comment.

Back to Top