
Você pagaria? Quadro feito por IA é leiloado por R$ 1,3 milhão
Você pagaria? Quadro feito por IA é leiloado por R$ 1,3 milhão
O primeiro leilão dedicado inteiramente a obras de arte criadas com inteligência artificial acaba de estabelecer um marco histórico no mercado. A obra “Machine Hallucinations – ISS Dreams – A“, do artista Rek Anadol, foi vendida por US$ 227,2 mil (aproximadamente R$ 1,3 milhão) num leilão online da Christie’s encerrado na última quarta-feira (05).
O evento superou as expectativas iniciais da tradicional casa de leilões, angariando aproximadamente US$ 729 mil (R$ 4,2 milhões) no total, valor acima da projeção inicial de US$ 600 mil.
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O leilão, realizado entre 20 de fevereiro e 5 de março, apresentou 34 lotes de obras desenvolvidas com auxílio de sistemas de inteligência artificial. Apesar do sucesso financeiro geral, é importante notar que o desempenho foi desigual: 14 dos 34 lotes não receberam lances suficientes ou foram vendidos por valores abaixo das estimativas estabelecidas pela Christie’s. Um exemplo notável foi a obra “Emerging Faces”, de Pindar Van Arman, considerada um dos destaques do leilão, mas que não recebeu nenhum lance.
Nicole Sales Giles, uma das responsáveis pelas vendas, declarou que o objetivo do projeto era destacar as vozes criativas que estão expandindo os limites entre tecnologia e arte. Segundo ela, os resultados confirmaram o reconhecimento da influência e importância desses artistas no cenário artístico contemporâneo.
Contudo, o evento não esteve livre de controvérsias. Uma carta aberta publicada online em 8 de fevereiro, que obteve quase 6.500 assinaturas, pediu o cancelamento do leilão. Os signatários argumentaram que muitas das obras foram criadas com modelos de IA treinados com trabalhos protegidos por direitos autorais sem a devida licença, levantando sérias questões éticas sobre propriedade intelectual no contexto da arte digital.
A carta, endereçada aos curadores do leilão, afirmava que esses modelos e as empresas por trás deles exploram artistas humanos, utilizando seus trabalhos sem permissão ou pagamento para criar produtos comerciais de IA que competem diretamente com os criadores originais.
Em resposta às críticas, um porta-voz da Christie’s defendeu que os artistas representados no leilão possuem práticas artísticas multidisciplinares fortes e estabelecidas, com alguns já reconhecidos em importantes coleções de museus. Segundo ele, as obras utilizam inteligência artificial para aprimorar corpos de trabalho já existentes.
O evento marca um ponto de inflexão importante no mercado de arte contemporânea, evidenciando tanto o crescente interesse comercial por criações assistidas por IA quanto os dilemas éticos e legais que acompanham essa nova fronteira artística.
O que você acha desse novo capítulo na história da arte? Compartilhe sua opinião sobre obras criadas com inteligência artificial nos comentários!
Fonte: The Art Newspaper
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