
Você pagaria por conteúdo adulto de uma mulher que não existe, que foi gerada por IA?
Você pagaria por conteúdo adulto de uma mulher que não existe, que foi gerada por IA?
A inteligência artificial está transformando também o mercado de conteúdo adulto. Avatares virtuais que simulam mulheres reais estão conquistando espaço em plataformas como OnlyFans e Privacy, numa tendência que começou internacionalmente no ano passado e agora ganha força no Brasil.
Especialistas preveem crescimento expressivo desse tipo de conteúdo nos próximos anos, com as próprias empresas do setor pornográfico investindo no desenvolvimento dessa tecnologia.
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O fenômeno das chamadas “IAs do job” — termo usado para se referir a garotas de programa virtuais — vem se popularizando rapidamente no país. Sites especializados oferecem ferramentas para criar avatares que simulam mulheres nuas ou em cenas sexuais, enquanto influenciadores e empreendedores digitais ensinam como monetizar esse conteúdo.
Cases de sucesso
Um caso exemplar é o de Elaine Pasdiora, de 35 anos, que relatou ter faturado mais de R$ 20 mil entre janeiro e março de 2025. Parte significativa desse valor veio da venda de cursos que ensinam a criar e comercializar “mulheres virtuais”. Em apenas um de seus grupos no WhatsApp sobre o tema, ela reúne mais de 900 interessados.
A criação desses avatares segue um padrão relativamente simples. Os sites disponibilizam modelos prontos ou permitem a customização através de prompts descritivos. As versões pagas oferecem recursos avançados como configuração de posições sexuais, movimentos corporais e até a possibilidade de adicionar áudio gravado pelo próprio criador.
A estratégia de comercialização geralmente envolve duas etapas: primeiro, a criação de perfis em redes sociais como Instagram, onde são publicadas imagens menos explícitas para atrair seguidores; depois, a monetização através de plataformas adultas, onde o conteúdo completo é disponibilizado mediante assinatura.
Segundo Elisabete Alves, de 40 anos, que também comercializa esse tipo de conteúdo, o público consumidor é composto principalmente por homens acima de 40 anos, estrangeiros (com destaque para indianos, paquistaneses e americanos) e pessoas com dificuldades de relacionamento.
Atualmente, existem pelo menos cinco sites especializados na criação dessas “garotas virtuais”. A maioria oferece serviços básicos gratuitos, mas reserva as configurações mais avançadas para assinantes de planos pagos, geralmente cobrados em dólar.
As plataformas de conteúdo adulto, como OnlyFans, Privacy e Fanvue, já incorporaram essa realidade em seus termos de uso. Elas permitem a publicação de material gerado por inteligência artificial, desde que os perfis indiquem claramente a natureza artificial das imagens.
A indústria de conteúdo adulto com IA representa um mercado em expansão, com empresas do setor pornográfico investindo no treinamento de modelos capazes de criar conteúdo personalizado. A tecnologia de IA avança rapidamente neste segmento, assim como em outros setores da economia digital.
O que você acha dessa nova aplicação da inteligência artificial? Deixe seu comentário e compartilhe sua opinião sobre os limites éticos dessa tecnologia.
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