Ótimas séries que tiveram uma primeira temporada fraca

Ótimas séries que tiveram uma primeira temporada fraca

Nem toda grande história começa com um capítulo brilhante. No universo das séries de TV, existem verdadeiras obras-primas que quase passaram despercebidas devido a um primeira temporada medíocre ou, em alguns casos, francamente decepcionante. Esses casos nos ensinam uma lição valiosa: às vezes, vale a pena dar uma segunda chance.

Vamos explorar seis séries que, apesar de tropeços iniciais, conseguiram se recuperar de forma espetacular e conquistar seu lugar no panteão das produções televisivas mais aclamadas.

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The Office (EUA)

primeira temporada

Quando a versão americana de “The Office” estreou em 2005, os críticos e o público torceram o nariz. A primeira temporada, especialmente o episódio piloto, era praticamente uma cópia da versão britânica, uma estratégia que não funcionou para o público americano.

O humor seco e desconfortável, que funcionava tão bem no formato britânico, parecia deslocado na versão dos EUA. Michael Scott (Steve Carell) era mais um chefe insensível e cruel do que o personagem adorável e tragicômico que viria a se tornar. Faltava o desenvolvimento de personagens que posteriormente se tornaria a marca registrada da série.

A grande virada aconteceu a partir da segunda temporada, quando os produtores decidiram seguir seu próprio caminho. Michael Scott ganhou nuances mais humanas, os personagens secundários receberam arcos próprios, e a série encontrou sua própria voz. O resultado? Uma das sitcoms mais queridas e influentes da televisão americana, que revitalizou o gênero de comédia ambientada no local de trabalho.

Breaking Bad

primeira temporada

Hoje considerada uma das melhores séries de todos os tempos, “Breaking Bad” teve um início relativamente modesto. Embora os primeiros episódios tenham estabelecido premissas interessantes, o restante da primeira temporada (encurtada devido à greve dos roteiristas de 2007-2008) sofreu com problemas de ritmo e foco narrativo.

Os stakes pareciam baixos demais para uma história sobre um professor de química que começa a produzir metanfetamina após ser diagnosticado com câncer terminal. A série gastava tempo demais nos dramas familiares de Walter White (Bryan Cranston) e não explorava suficientemente o mundo do crime para o qual ele estava entrando.

A partir da segunda temporada, no entanto, a série encontrou seu equilíbrio perfeito. A transformação moral de Walt, as consequências de suas escolhas e a escalada de tensão se tornaram mais pronunciadas, criando uma das jornadas de personagem mais bem construídas da história da televisão.

The Simpsons

primeira temporada

É difícil imaginar que “Os Simpsons”, uma série que se mantém no ar há mais de três décadas, tenha tido um início que hoje parece quase irreconhecível. Na primeira temporada, os personagens estavam longe de suas versões definitivas, tanto visual quanto psicologicamente.

O foco narrativo também era diferente: Bart Simpson, não Homer, era considerado o protagonista da série. O patriarca da família Simpson era retratado como um pai quase abusivo, sem o charme ingênuo e as qualidades redentoras que posteriormente o transformariam em um dos personagens mais icônicos da cultura pop.

A transição para uma dinâmica familiar mais equilibrada, com histórias distribuídas entre todos os membros da família, e um Homer mais simpático (embora ainda profundamente falho) foi fundamental para transformar “Os Simpsons” no fenômeno cultural que conhecemos hoje.

Supernatural

primeira temporada

Durante 15 temporadas, “Supernatural” construiu um universo rico de monstros, anjos, demônios e apocalipses variados. Mas quem assistiu apenas à primeira temporada jamais imaginaria o escopo épico que a série viria a alcançar.

Inicialmente, “Supernatural” era pouco mais que um “monstro da semana” com elementos de terror, focada nas aventuras dos irmãos Winchester caçando criaturas sobrenaturais. Faltava uma direção clara para os personagens e mesmo os elementos de horror não eram totalmente desenvolvidos.

Foi a partir da segunda temporada que a série começou a explorar uma mitologia mais profunda, desenvolvendo melhor a dinâmica entre os irmãos Sam e Dean, e expandindo seu universo com personagens recorrentes que se tornariam fundamentais para a narrativa. O resultado foi uma das séries com base de fãs mais leais da televisão.

BoJack Horseman

primeira temporada

Se “BoJack Horseman” tivesse sido cancelada após sua primeira temporada, jamais saberíamos que estávamos diante de uma das mais profundas reflexões sobre depressão, vícios e a condição humana já apresentadas em forma de animação.

A temporada de estreia da série da Netflix parecia apenas mais uma animação para adultos repleta de piadas superficiais e personagens unidimensionais. O humor era inconsistente, e a premissa de um cavalo antropomórfico ex-astro de sitcom parecia ser apenas um veículo para gags sem maior consequência.

No entanto, a partir da segunda temporada, “BoJack Horseman” encontrou sua verdadeira vocação como uma meditação sobre solidão, celebridade e humanidade. A série passou a abordar temas complexos como trauma, dependência química e saúde mental com uma profundidade raramente vista em qualquer formato televisivo, transformando-se em uma das produções mais aclamadas pela crítica na última década.

Sex and the City

primeira temporada

“Sex and the City” revolucionou a forma como a televisão retratava mulheres, sexualidade e relacionamentos quando estreou em 1998, mas sua primeira temporada apresentou uma abordagem bastante diferente do que a série se tornaria posteriormente.

A temporada de estreia tinha um visual mais simples e uma estética quase documental, com constantes quebras da quarta parede e cenas de entrevistas com personagens secundários que raramente apareceriam novamente. Estas escolhas estilísticas, que chegavam a ser desconfortáveis, criavam um tom bastante distinto do que viria a se consolidar nas temporadas seguintes.

A série também dedicava tempo excessivo a uma parada de personagens coadjuvantes, enquanto as protagonistas Carrie, Miranda, Charlotte e Samantha frequentemente se encontravam em situações que seriam difíceis de imaginar em temporadas posteriores, quando suas personalidades já estavam mais bem estabelecidas.

Conforme “Sex and the City” evoluiu, abandonou o formato quase experimental inicial para se concentrar no desenvolvimento mais profundo das quatro protagonistas e suas relações duradouras, transformando-se em um fenômeno cultural que continua influenciando a televisão até hoje.

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