Governo Trump propõe análise de redes sociais para imigrantes legais nos EUA

O Departamento de Segurança Interna (DHS) e o Serviço de Cidadania e Imigração (USCIS) dos Estados Unidos propuseram uma nova medida que permitirá a análise das redes sociais de pessoas que tentam imigrar legalmente para o país. O documento, já registrado no Diário Oficial americano, encontra-se em fase de consulta pública até 5 de maio, quando outras instituições federais e cidadãos podem enviar comentários sobre a proposta.

A justificativa oficial é que a revisão dos perfis em plataformas digitais visa proteger os Estados Unidos contra terroristas estrangeiros e outras potenciais ameaças à segurança nacional. Esta proposta segue uma ordem executiva emitida pelo presidente Donald Trump, que solicita a identificação de todos os recursos disponíveis para garantir a máxima verificação possível de estrangeiros que buscam entrada no país.

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Embora ainda não existam detalhes específicos sobre como o processo funcionará na prática, é provável que os candidatos precisem incluir informações sobre seus perfis em redes sociais nos formulários de registro para estrangeiros. A medida poderá afetar uma ampla gama de imigrantes, incluindo aqueles que buscam green card, naturalização americana, asilo ou status de refugiado, além de familiares destas pessoas. Segundo estimativas da própria USCIS, aproximadamente 3,5 milhões de indivíduos serão impactados pela nova política.

Esta não é a primeira iniciativa do tipo sob a administração Trump. Durante seu primeiro mandato, entre 2017 e 2019, o governo americano já havia intensificado os esforços de verificação em redes sociais, tornando o procedimento obrigatório nos formulários DS-160 e DS-260, utilizados por não-imigrantes e imigrantes, respectivamente. A expectativa é que a nova proposta para 2025 seja aplicada aos demais tipos de visto.

Grupos independentes, como a Catalyze/Citizens, organização que apoia a imigração legal, criticam duramente a medida. Beatriz Lopez, diretora-executiva do grupo, afirma que as mudanças servem para alimentar um discurso contra imigrantes e representa uma forma de vigilância antidemocrática. Segundo ela, o que começa com imigrantes pode eventualmente se estender a cidadãos americanos que discordem do governo.

A proposta se alinha com a intensificação das políticas migratórias de Trump, que desde sua posse em janeiro assinou diversas ordens executivas que fortalecem os órgãos de fiscalização contra imigrantes ilegais. Entre as medidas implementadas está a remoção acelerada, que permite expulsar pessoas sem documentação que comprove residência no país nos últimos dois anos, sem necessidade de audiência judicial. Além disso, o governo anunciou a reabertura do centro de detenção em Dilley, Texas, destinado a famílias que aguardam deportação.

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