EUA alega que exchange russa de criptomoeda facilitaram a lavagem de dinheiro para organizações criminosas e terrorista

EUA alega que exchange russa de criptomoeda facilitaram a lavagem de dinheiro para organizações criminosas e terrorista

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos anunciou nesta sexta-feira (07) acusações criminais contra os administradores da exchange russa de criptomoedas Garantex, alegando que eles facilitaram a lavagem de dinheiro para organizações criminosas e terroristas, além de violarem sanções dos EUA.

Os dois administradores acusados são Aleksej Besciokov, de 46 anos, um cidadão da Lituânia residente na Rússia, e Aleksandr Mira Serda, de 40 anos, um russo morador dos Emirados Árabes Unidos. De acordo com a acusação, ambos sabiam que o Garantex estava sendo usado para lavar lucros criminosos e tomaram medidas para ocultar essas atividades ilegais.

Segundo o Departamento de Justiça, a Garantex recebeu centenas de milhões de dólares em lucros criminosos e foi usada para facilitar crimes como hacking, ransomware, terrorismo e tráfico de drogas. Desde 2019, a exchange teria processado pelo menos US$ 96 bilhões em transações de criptomoeda.

A acusação aponta que Besciokov permitiu transações vinculadas a criminosos cibernéticos, incluindo o grupo hacker do governo norte-coreano, Lazarus. O anúncio das acusações ocorreu um dia após a ação conjunta do Serviço Secreto dos EUA e outras agências de segurança, que derrubaram os sites oficiais da Garantex, substituindo seu conteúdo por uma mensagem sobre a apreensão do site.

Após o fechamento, tentativas de contato com a Garantex, tanto por e-mail quanto pelo canal oficial no Telegram, não obtiveram resposta.

Acusações e consequências legais

Besciokov e Mira Serda enfrentam acusações de conspiração para lavagem de dinheiro, sendo que Besciokov também é acusado de conspiração para violar sanções e de operar um negócio de transmissão de dinheiro não licenciado. Ambos podem enfrentar até 20 anos de prisão pela acusação de lavagem de dinheiro, enquanto Besciokov pode ser condenado a mais 20 anos por violação de sanções, além de uma pena de até 5 anos por operar o negócio não licenciado.

Não se sabe se os dois foram presos, e o Departamento de Justiça ainda não confirmou a detenção de Mira Serda nos Emirados Árabes Unidos.

Investigação em andamento

A Garantex tem sido alvo de investigações governamentais desde 2022, quando o Departamento do Tesouro dos EUA sancionou a exchange, alegando que mais de US$ 100 milhões em transações estavam associadas a atores ilícitos e mercados darknet, incluindo grupos como o gangue de ransomware Conti e o mercado Hydra.

Em 2024, como parte das sanções contra a Rússia pela invasão da Ucrânia, a União Europeia também sancionou a Garantex, acusando-a de estar intimamente ligada a bancos russos sancionados pela UE.

Apesar das sanções dos EUA, Besciokov e seus co-conspiradores teriam continuado a aceitar transações com entidades dos EUA, além de ter mudado operações da Garantex para evitar a detecção por plataformas de criptomoedas americanas, como detalhado pela acusação.

Mais de US$ 26 milhões em criptomoedas apreendidos

O Departamento de Justiça também confirmou a apreensão de mais de US$ 26 milhões em fundos usados para facilitar a lavagem de dinheiro na Garantex. Foram congelados 23.034.884,75 Tether e 35,57 Bitcoin, no valor aproximado de US$ 3 milhões.

Antes de ser alvo da operação, a Garantex anunciou que havia suspendido todos os seus serviços, incluindo os saques de criptomoedas, após a Tether bloquear carteiras da exchange que continham mais de US$ 28 milhões.

A exchange, por meio de seu canal no Telegram, alertou sobre a “guerra contra o mercado de criptomoedas russo” e afirmou que estava lutando para reverter a situação.

Após o anúncio das acusações pelo Departamento de Justiça, a Garantex também alertou sobre golpes, com criminosos se passando pela exchange para roubar dados e informações dos usuários.

Este caso levanta questões sobre a crescente regulamentação e o monitoramento das exchanges de criptomoedas, especialmente em relação à lavagem de dinheiro e à evasão de sanções internacionais.

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