Elon Musk vende o X para… ele mesmo; xAI adquire a rede social

Na noite de sexta-feira (28), Elon Musk surpreendeu ao anunciar a venda do X por US$ 33 bilhões (cerca de R$ 190 bilhões). Mas o novo dono é, na prática, ele mesmo. A rede social foi adquirida pela xAI, empresa de inteligência artificial criada pelo próprio Musk e que já atua em parceria com o X no desenvolvimento do chatbot Grok.

@xAI has acquired @X in an all-stock transaction. The combination values xAI at $80 billion and X at $33 billion ($45B less $12B debt).

Since its founding two years ago, xAI has rapidly become one of the leading AI labs in the world, building models and data centers at…

— Elon Musk (@elonmusk) March 28, 2025

A transação foi feita inteiramente em ações, ou seja, sem movimentação de dinheiro. É uma jogada de bastidores, mas com implicações grandes no futuro das duas empresas.

A jogada por trás da fusão

Com o acordo, Musk avalia a xAI em US$ 80 bilhões e tenta equilibrar as contas do X, que perdeu cerca de US$ 12 bilhões em valor de mercado desde que foi comprado em 2022. A união entre as empresas também consolida a integração entre as equipes, combinando a tecnologia da xAI com a base de usuários do X.

Segundo Musk, a ideia é usar o alcance da rede social como um campo de testes e vitrine para o avanço da Grok — tanto no uso de dados em tempo real quanto na distribuição dos recursos de IA diretamente aos usuários.

Grok: cada vez mais presente (e polêmico)

Integrada ao X, a IA Grok vem sendo testada em diversas frentes: resumos de notícias, respostas automáticas, moderação e até como assistente de voz — mirando concorrentes como ChatGPT, Gemini, Copilot e Siri. Mas o Grok também gera controvérsia: há relatos de que ele estaria censurando críticas a Elon Musk e ao presidente dos EUA, Donald Trump.

Além disso, a IA ultrapassou os limites do X: uma parceria recente levou o Grok ao Telegram Premium, mostrando a ambição da xAI de tornar sua tecnologia multiplataforma, ampliando os negócios.

E para os usuários, o que muda com a fusão?

Por enquanto, nada muito drástico. Mas a tendência é clara: cada vez mais recursos baseados em IA, mais personalização, mais automação.

Para alguns especialistas, a movimentação é estratégica: fortalece a xAI, atrai investidores e tenta dar um novo fôlego ao X, que ainda busca um modelo de negócios sustentável. Para outros, é apenas mais uma tentativa de Musk de salvar um investimento que não entregou o que prometia