
Crise de imagem e concorrência destroçam vendas da Tesla na China: queda de 49% em fevereiro
Crise de imagem e concorrência destroçam vendas da Tesla na China: queda de 49% em fevereiro
A Tesla enfrenta um dos seus momentos mais desafiadores no mercado chinês, com uma queda expressiva nas vendas e uma concorrência cada vez mais acirrada. Segundo dados da Associação Chinesa de Veículos de Passeio, a montadora norte-americana registrou um declínio de 49% em suas vendas no país em fevereiro de 2025, totalizando 30.688 veículos entregues. Esse é o menor volume registrado desde julho de 2022, quando a empresa comercializou 28.217 unidades.
Essa queda acontece em um momento delicado para a Tesla, que já vinha enfrentando dificuldades no mercado global. Na Europa, por exemplo, a marca de Elon Musk também viu suas vendas despencarem. Na Alemanha, o recuo foi de 76,3% em comparação com o ano anterior, com apenas 1.429 veículos vendidos. Na França, a queda foi de 26,2%, enquanto na Itália, as vendas caíram 54,5%. No mercado espanhol, o tombo foi de 42,25% no acumulado de janeiro e fevereiro. O único país onde a Tesla registrou crescimento foi o Reino Unido, onde as vendas aumentaram 20,68% no período.
A ascensão da concorrência local
Enquanto a Tesla luta para manter sua relevância, as montadoras chinesas, especialmente a BYD, seguem ampliando sua participação de mercado. A empresa chinesa vendeu mais de 318.000 veículos elétricos e híbridos no mês de fevereiro, um crescimento impressionante de 161% em relação ao ano anterior. No acumulado de 2024, a BYD já superou a Tesla em vendas globais de veículos elétricos, consolidando sua liderança no setor.
A estratégia da BYD tem se mostrado eficaz ao oferecer modelos mais acessíveis e com forte apelo em tecnologia, o que atrai tanto consumidores locais quanto internacionais. O modelo Song Plus, um dos mais vendidos da marca, teve seu preço reduzido entre 8% e 18%, tornando-se ainda mais competitivo frente ao Model Y da Tesla. Além disso, a BYD investe fortemente em software e tecnologia de assistência ao motorista, como o sistema “God’s Eye”, presente até mesmo em modelos mais baratos.

O desafio da Tesla na China
Para tentar recuperar sua posição no mercado chinês, a Tesla tem apostado em atualizações visuais e tecnológicas em seus modelos. Recentemente, a empresa lançou uma versão renovada do Model Y, que traz um design inspirado no Cybertruck e melhorias no sistema de assistência ao motorista.
A fabricante também ativou na China funções similares ao “Full Self-Driving” (FSD), já disponíveis nos Estados Unidos. No entanto, o alto custo dessas funcionalidades, que chegam a 64.000 yuanes (aproximadamente US$ 8.900), se torna uma barreira para muitos consumidores.
Diante desse cenário, especialistas apontam que a Tesla precisa reavaliar sua estratégia de preços e oferta de funcionalidades para competir no mercado chinês. Modelos mais acessíveis e a adoção de uma estratégia de assinatura para o FSD poderiam ser alternativas viáveis para aumentar a competitividade da marca. Além disso, a empresa poderia buscar maior integração com a cadeia de suprimentos chinesa para reduzir custos e tornar seus produtos mais atrativos no país.
Em meio a questões relacionadas aos recursos e comparação de preços entre os veículos, a Tesla também enfrenta hoje uma forte crise de imagem. A associação de Elon Musk com a marca tem desencadeado alguns atos violentos contra proprietários dos veículos Tesla, panorama que também pode contribuir para desincentivar em consumidores o ímpeto em comprar um carro da montadora, visto que, dependendo da região, seu carro pode ser alvo de baderneiros.
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