Scarlett Johansson e a guerra contra IA: atriz exige atitude do governo

Scarlett Johansson já está há algum tempo em uma guerra contra a evolução da IA (inteligência artificial), principalmente por causa do uso indevido desse tipo de tecnologia. Agora, a atriz está exigindo que o governo dos Estados Unidos tome medidas urgentes para regulamentar esse uso.

Johansson fez um apelo direto depois da circulação de um deepfake envolvendo sua imagem, destacando a gravidade do problema e a necessidade de proteção legal contra abusos.

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Deepfake da atriz em vídeo sobre polêmica de Kaye West

Recentemente, um vídeo gerado por IA começou a circular online, mostrando Johansson e outras celebridades judias, como Jerry Seinfeld, Mila Kunis, Jack Black, Drake, Jake Gyllenhaal e Adam Sandler, vestindo camisetas com a palavra “Kanye” e uma imagem de um dedo médio com a Estrela de Davi.

The world needs to see this.

Who approves?pic.twitter.com/Pubonnf4jL

— Ed Krassenstein (@EdKrassen) February 11, 2025

O contexto do vídeo gerado por IA estava relacionado a declarações antissemitas de Ye (anteriormente conhecido como Kanye West), que recentemente voltou à plataforma X para divulgar mensagens ofensivas.

Em resposta, Scarlett Johansson condenou o uso de sua imagem sem consentimento e ressaltou que a disseminação de ódio potencializada pela IA representa um risco muito grande. “Sou uma mulher judia que não tolera o antissemitismo ou qualquer forma de discurso de ódio”, afirmou a atriz. “Mas acredito firmemente que a ameaça representada pela IA na multiplicação de discursos de ódio é ainda maior.”

Scarlett Johansson pede por mais regulamentação da IA

A atriz então pediu para que os legisladores priorizem a regulamentação da inteligência artificial, alertando sobre os perigos dessa tecnologia se não for controlada adequadamente.

“É assustador que o governo dos EUA esteja paralisado quando se trata de aprovar leis que protejam seus cidadãos contra os perigos da IA”, declarou Johansson. Para ela, a questão deve ser tratada como uma prioridade bipartidária, já que afeta diretamente o futuro da humanidade.

Johansson já vem alertando sobre os riscos da IA há algum tempo. Em 2023, ela processou um desenvolvedor de aplicativos por utilizar sua imagem sem permissão em um anúncio online e, pouco depois, criticou a OpenAI por usar uma voz semelhante à sua no ChatGPT, o que levou a empresa a remover a funcionalidade.

Existe uma resistência política para esse tipo de regulamentação

Apesar dos alertas de especialistas e figuras públicas, as ações governamentais para conter os riscos da IA ainda são limitadas. No ano passado, uma proposta de lei contra deepfakes explícitos foi apresentada, mas pouco progresso foi feito em outras frentes regulatórias.

Além disso, em setembro de 2024, o governador da Califórnia, Gavin Newsom, vetou um projeto de lei voltado à segurança da IA. A situação se agravou com a decisão do então presidente Donald Trump de reverter uma ordem executiva de Joe Biden que estabelecia diretrizes de segurança para o uso da tecnologia.

Nesta semana, os Estados Unidos e o Reino Unido também se recusaram a assinar uma declaração internacional sobre o uso ético da IA, revelando a resistência política a uma regulamentação mais rígida nesse sentido. Enquanto isso, o avanço das tecnologias de IA continua a desafiar os limites da ética e da segurança digital.