Internet de 1 petabit: Japão quebra recorde e promete download de Netflix em 1s

Pesquisadores japoneses acabam de quebrar um recorde mundial ao atingir uma velocidade de transmissão de dados de 1,02 petabits por segundo de internet. O Instituto Nacional de Tecnologia da Informação e Comunicações do Japão (NICT) conseguiu essa façanha usando uma nova tecnologia de fibra óptica revolucionária, transportando essa quantidade massiva de dados por 1.802 quilômetros – distância equivalente a uma viagem de São Paulo a Recife.

Para entender a grandeza desse feito, essa velocidade é aproximadamente 3,5 milhões de vezes mais rápida que a média das conexões fixas de banda larga nos Estados Unidos (289 Mbps). Em termos práticos, seria possível baixar todo o catálogo da Netflix em menos de um segundo, algo impensável com as tecnologias atuais disponíveis comercialmente.

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O segredo por trás desse avanço está na estrutura inovadora da fibra óptica desenvolvida. Enquanto os cabos convencionais possuem um único núcleo para transmissão de dados, o novo cabo conta com 19 núcleos em seu interior, mantendo o mesmo diâmetro padrão de 0,125 milímetros – medida compatível com a infraestrutura já existente. Essa configuração multiplica por 19 a capacidade de transferência de informações, com mínima perda de dados devido à condução uniforme da luz.

Um salto tecnológico com aplicação prática

Para atingir a distância de 1.802 quilômetros, o sinal precisou ser amplificado 21 vezes ao longo do percurso. Vale destacar que este novo recorde mais que dobra a marca anterior, que era de aproximadamente 50.250 GB/s. Em 2023, a mesma equipe do NICT havia alcançado velocidades similares, mas apenas em um terço da distância atual, o que demonstra o rápido progresso na área.

De acordo com a Lei de Nielsen, o volume de dados transmitidos globalmente cresce cerca de 50% ao ano. Com o avanço da computação em nuvem, streaming em alta resolução, metaverso e aplicações de inteligência artificial, a demanda por maior largura de banda tende a crescer exponencialmente. A fibra óptica de 19 núcleos surge como uma solução promissora para esse desafio.

Um aspecto particularmente interessante é a compatibilidade da nova tecnologia com as redes existentes. Por manter o mesmo diâmetro dos cabos atuais, a implementação poderia ser gradual, substituindo os cabos de fibra óptica tradicionais sem necessidade de mudanças na infraestrutura de suporte – um fator crucial para países em desenvolvimento como o Brasil, onde o custo de implantação é sempre uma barreira.

Embora o recorde ainda não tenha sido verificado independentemente, ele aponta para o futuro da internet global, onde as limitações de largura de banda que conhecemos hoje poderão se tornar coisa do passado. Para o consumidor brasileiro, isso pode significar, a longo prazo, conexões muito mais rápidas, menor latência e a capacidade de utilizar aplicações que hoje seriam inviáveis com a infraestrutura atual.

Fonte: PCWorld